Autoridades turcas e americanas concordam com itinerário para se garantir a segurança em Manbij na Síria
Autoridades turcas e americanas, na sexta-feira, concordaram com um itinerário para ainda mais cooperação para se garantir a segurança de Manbij, cidade mantida por curdos na Síria, que se transformou em uma grande dor de cabeça entre os dois aliados da OTAN, de acordo com a Agence-France Presse, citando uma declaração conjunta.
As autoridades americanas estiveram em Ancara como parte de um grupo de trabalho na Síria. Depois de conversas com seus colegas turcos, a declaração foi emitida pelo Ministério das Relações Estrangeiras turco e a Embaixada dos EUA em Ancara.
“Os dois lados delinearam os contornos principais de um itinerário para aumentarem sua cooperação em garantirem a segurança e estabilidade em Manbij,” dizia a declaração, não dando detalhes além destes.
A cidade de Manbij, que fica no norte da Síria, é mantida pela milícia curda Unidades de Proteção Popular (YPG), um grupo que Ancara diz que é a ramificação “terrorista” do ilegal Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) da Turquia.
Os EUA possuem uma presença militar em Manbij e forneceram apoio militar ao YPG na luta contra o grupo terrorista Estado Islâmico no Iraque e no Levante (ISIL), causando raiva entre as autoridades turcas.
Depois que a Turquia lançou uma operação através da fronteira contra o YPG no enclave ocidental de Afrin em Janeiro, o Presidente Recep Tayyip Erdogan ameaçou tomar a ofensiva em Manbij. O prospecto suscitou temores de um confronto entre as tropas turcas e americanas.
A ofensiva também causou tensão entre os aliados porque Washington exortou a Turquia a demonstrar “moderação” e disse que poderia prejudicar a luta contra extremistas do ISIL.
O grupo de trabalho foi estabelecido para tentar resolver a questão de Manbij e coordenar os esforços dos EUA e Turquia na Síria depois que o Ministro das Relações Externas turco, Mevlut Cavusoglu, e o então Secretário de Estado americano, Rex Tillerson, se reuniram em fevereiro.
As autoridades turcas estiveram em Washington em março como parte de um grupo de trabalho, montado após as ameaças de Ancara e repetidos pedidos para que o YPG deixasse a cidade.
Cavusoglu deve se reunir com o novo Secretários de Estado americano, Mike Pompeo, em Washington em 4 de junho.
De acordo com a declaração conjunta, os dois homens irão “considerar as recomendações” do grupo de trabalho durante sua reunião.
Ancara diz que o YPG é ligado ao PKK, que foi designado como uma organização terrorista por Ancara, os EUA e a União Europeia.
O PKK tem travado uma insurgência dentro da Turquia desde 1984.
Erdogan exortou repetidamente os EUA a encerrar seu apoio ao YPG.
Seu governante Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP) publicou um manifesto na quinta-feira que pedia “medidas concretas” dos EUA para acabar com seu apoio ao YPG e fornecer “apoio concreto” à Turquia em sua luta contra o PKK.
Erdogan jurou que a Turquia iria “continuar suas operações na Síria até que o último terrorista seja neutralizado.”