Turquia considera ataques na Síria uma ” resposta adequada “
A Turquia considerou hoje que o bombardeamento ocidental contra alvos na Síria constitui uma “resposta adequada” ao alegado ataque com armas químicas em Douma, perto de Damasco, que causou dezenas de mortos.
“Saudamos esta operação que alivia a consciência de toda a humanidade diante do ataque a Douma, que tudo indica ser da responsabilidade do regime” sírio, refere em comunicado o Ministério das Relações Exteriores da Turquia.
O ataque a civis com armas químicas, que terá ocorrido em Douma, a 7 de abril, “constitui um crime contra a humanidade”, considera Ancara, que critica a ação do regime de Bashar al-Assad.
“O regime sírio, que tiranizou o seu próprio povo por mais de sete anos, com armas convencionais e químicas, tem uma pesada responsabilidade por crimes contra a humanidade e crimes de guerra”, refere o governo turco.
Por isso, “a consciência da comunidade internacional não tem dúvidas” quanto à responsabilidade de Damasco.
A Turquia é um tradicional apoiante de alguns opositores do regime sírio no contexto da guerra civil que se arrasta no país há vários anos, mas tem dado sinais de proximidade em relação a Moscovo, um aliado de Damasco nesta escalada militar.
Os EUA, a França e o Reino Unido realizaram hoje uma série de ataques com mísseis contra alvos associados à produção de armamento químico na Síria, em resposta a um alegado ataque com armas químicas na cidade de Douma.
A ofensiva consistiu em três ataques, com uma centena de mísseis, contra instalações utilizadas para produzir e armazenar armas químicas, informou o Pentágono.
O presidente dos EUA justificou o ataque como uma resposta à “ação monstruosa” realizada pelo regime de Damasco contra a oposição e prometeu que a operação irá durar “o tempo que for necessário”.
O embaixador da Rússia em Washington, Anatoli Antonov, advertiu que este ataque “não ficará sem consequências”.
Peritos da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ) tinham previsto iniciar hoje uma investigação sobre o alegado ataque com armas químicas. A missão recebeu um convite do Governo sírio, sob pressão da comunidade internacional.
Mais de 40 pessoas morreram e 500 foram afetadas no ataque de 07 de abril contra a cidade rebelde de Douma, em Ghuta Oriental, que segundo organizações não-governamentais no terreno foi realizado com armas químicas.
A oposição síria e vários países acusam o regime de Al-Assad da autoria do ataque, mas Damasco nega e o seu principal aliado, a Rússia, afirmou que o ataque foi encenado com a ajuda de serviços especiais estrangeiros.
PJA // PMC
Lusa/Fim
Originalmente publicado em: http://portocanal.sapo.pt/