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  • O malabarismo da Turquia nos BRICS Durante a Cúpula dos BRICS em Kazan, Rússia, esta semana, a Turquia emergiu como um novo membro participante. Revelações de um oficial do Kremlin no mês passado indicaram que Ancara havia feito um pedido formal para se juntar ao grupo, seguindo demonstrações de interesse ao longo dos anos. Um representante do Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP), liderado pelo presidente turco Recep Tayyip Erdogan, confirmou que "um processo está em curso"....

O Ressurgimento do Estado Islâmico

O Ressurgimento do Estado Islâmico
abril 11
12:42 2018

Os reveses sofridos pelo Estado Islâmico nos últimos tempos e o desmoronamento do Califado, à primeira vista nos deu a impressão de que o grupo jihadista mais temido da atualidade havia chegado ao fim. Porém, há indícios de que as derrotas sofridas não foram suficientes para aniquilar os insurgentes que, hoje, estão se reagrupando.

Há alguns dias, os EUA emitiram um alerta sobre a reconstituição do Estado Islâmico em algumas áreas da Síria e responsabilizaram a Turquia por criar as circunstâncias apropriadas para a reestruturação dos radicais islâmicos. A ofensiva militar turca ao norte da Síria acabou por deslocar os curdos, os quais são aliados dos norte-americanos no combate aos terroristas. Igualmente, o efeito foi sentido quando as Forças Militares turcas entraram em Afrin, ao norte do distrito de Aleppo, para expulsar os curdos do YPG, considerado por Ancara um grupo terrorista. Segundo Heather Nauert, porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, “os combates no Oeste da Síria durante os últimos dois meses, incluindo Afrin, distraíram a campanha para derrotar o Estado Islâmico e deram a oportunidade para o Estado Islâmico começar a se reconstituir em algumas áreas”. No entanto, a Turquia contesta o fato de que a sua incursão militar em território sírio para combater os curdos possa ter prejudicado a luta contra o Estado Islâmico e considera tal questão sem fundamento. O Ministério das Relações Exteriores turco afirmou que: “A abordagem que realmente prejudica o combate ao terrorismo na Síria é o uso de uma organização terrorista contra a outra”.

As disputas e a defesa de interesses na Síria pelas potências regionais e internacionais desviaram o foco de combate ao Estado Islâmico que tem se aproveitado dessa distração para se reagrupar. De acordo com informações, no período da derrocada do Califado, em 2017, a facção jihadista não ficou parada e se dedicou a canalizar recursos para financiar as suas redes de forças díspares. Tudo indica que, no momento, eles estão trabalhando para abrir rotas de abastecimentos através da Síria e conectar as células adormecidas. Um xeique tribal sírio assegurou que os insurgentes não estão “tentando controlar cidades”, mas abrindo rotas. Para o religioso, “eles precisam conectar os bolsões restantes e as células adormecidas espalhadas pela Síria – da fronteira sul, até Albu Kamal, [no Leste]” do país. O ressurgimento do Estado Islâmico está ocorrendo estrategicamente de modo a dificultar a ação das forças de oposição. Há dados que confirmam que os jihadistas estão espalhados pelo território sírio e também no deserto e isto se torna mais difícil detê-los. De acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, baseado em Londres, o Estado Islâmico, no auge de suas conquistas, chegou a controlar quase 50% do território sírio. Após as sucessivas derrotas ante as forças inimigas, em 2017, os radicais mantiveram sob seu controle apenas 3% de toda aquela extensão territorial. No entanto, nos últimos dois meses há registros que o grupo já domina novamente cerca de 3,7% do território, o que evidencia a recuperação das terras perdidas. Isto significa que o Estado Islâmico continua ativo e não desistiu de seus objetivos, representando o seu retorno riscos de uma maior escalada de violência e mais um obstáculo para pôr fim à guerra na Síria, ao mesmo tempo em que aumenta a insegurança ao redor do mundo.

Marli Barros Dias

Publicado em: http://jornalri.com.br

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