11 administradores de associação médica detidos por críticas à ofensiva em Afrin
Onze membros do conselho central da Associação Médica Turca foram detidos em ações da polícia em suas casas devido às suas declarações críticas à operação militar da Turquia na região de Afrin na Síria, uma região que é controlada por curdos.
O Ministério Público-Chefe em Ancara, na segunda-feira, lançou uma investigação contra as 11 pessoas, depois que o Presidente Recep Tayyip Erdogan os rechaçou por suas declarações criticando a operação em Afrin. Logo após o discurso de Erdogan, o Ministério do Interior, no domingo, deu entrada em queixas criminais contra os membros do conselho central.
“Sempre que o Presidente Erdogan chama alguém de ‘terrorista, espião, traidor’, os promotores e tribunais recebem seu discurso como uma ordem. As últimas vítimas dessa rotina são 11 membros do Conselho Central da Associação Médica Turca, que foram detidos nesta manhã”, disse o advogado dos direitos humanos Kerem Altiparmak em sua mensagem no Twitter.
A Turquia, em 20 de janeiro, lançou uma operação militar em Afrin, que é controlada pelo Partido da União Democrática Síria (PYD), que é curdo. A Turquia vê o PYD como a extensão síria do ilegal Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK).
O Ministério do Interior turco anunciou na segunda-feira que 311 pessoas foram presas até agora por “espalharem propaganda terrorista” nas mídias sociais a respeito da operação da Turquia em Afrin.
O governo turco reagiu fortemente a pessoas que se opõem à operação, e os ministérios públicos lançaram investigações contra os que compartilham nas mídias sociais mensagens críticas à operação. Membros e jornalistas do Partido Democrático Popular (HDP), que é a favor dos curdos, têm sido o alvo da caça às bruxas contra críticos da operação em Afrin.
O Presidente Erdogan, em 21 de janeiro, avisou o HDP para não sair às ruas para protestar contra a operação em Afrin: “Vocês estão sendo seguidos de perto. Se vocês saírem às ruas, saibam que as nossas forças de segurança estarão na sua cola”.
“Se qualquer pessoa estiver nas ruas seguindo chamados [do HDP], vai pagar caro por isso. Esta é uma luta nacional, e seja quem for que se opuser a nós será esmagado”, acrescentou Erdogan.
Ali Senturk, apresentador da rádio Kral FM, conhecido como “Afrikali Ali”, exortou as forças de segurança a matarem qualquer pessoa que criticar a operação da Turquia na região de Afrin, na Síria, que é região controlada por curdos.
“Estou exortando a polícia. Eles não devem demostrar piedade. O governo já lhes deu autoridade. Eles [a polícia] devem deixar a misericórdia de lado contra os que saírem às ruas [para protestarem contra a operação em Afrin]. Eu inclusive digo: Eles devem matar quem quer que seja que saia às ruas. Devem atirar em suas cabeças, mesmo se forem um membro do Parlamento, um empresário ou um jornalista”, disse Senturk durante um programa de rádio.
Fonte: www.turkishminute.com