Turquia adverte Curdistão iraquiano que “pagará um preço” pelo referendo independentista
O Governo turco advertiu hoje que as autoridades da região autónoma do Curdistão iraquiano de que “pagarão um preço” caso mantenham a decisão de realizar um referendo sobre a independência em 25 de setembro.
“Se as autoridades do Curdistão insistirem na sua posição face a esse referendo, apesar de todos os conselhos amigáveis, há que ter em conta, certamente, haverá um preço a pagar”, referiu em comunicado o Ministério dos Negócios Estrangeiros turco.
“Nesse sentido, convidamos as autoridades do Curdistão iraquiano a reagir de imediato e abandonarem a sua equivocada posição”, acrescentou.
A nota aplaude ainda a decisão adotada na terça-feira pelo parlamento iraquiano, que declarou o referendo ilegal.
“Apoiamos totalmente a decisão do parlamento iraquiano e a política do Iraque em relação à unidade política e integridade territorial”, sublinha o texto.
No sudeste do seu território, a Turquia confronta-se há décadas com uma rebelião armada que pretende uma forte autonomia para as populações curdas da Turquia, e mantém as suas bases recuadas no Curdistão iraquiano.
“A Turquia está preparada para oferecer todo o apoio que possa para reforçar as relações entre o Governo central e o Curdistão iraquiano, baseadas na integridade territorial, unidade política e reciprocidade”, sublinha o texto da diplomacia turca.
“Consideramos preocupante a insistência os líderes do Curdistão iraquiano sobre o referendo e as suas declarações cada vez mais emocionais”, assinala ainda o comunicado.
O Governo do Curdistão iraquiano mantém boas relações com a vizinha Turquia, e o seu líder, Masud Barzani, viaja com alguma frequência a Ancara.
O Curdistão exporta o seu petróleo sobretudo através de oleodutos e por estrada através da Turquia, e a região constitui um importante mercado para as empresas turcas.
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