Conflito com curdos na Turquia matou 2.000 e deslocou 500 mil, diz ONU
O conflito entre as forças de segurança da Turquia e separatistas curdos no sul do país deixou cerca de 2.000 mortos e até 500 mil deslocados, em sua maioria curdos, desde o rompimento de um cessar-fogo, em julho de 2015, indicou um relatório divulgado nesta sexta-feira (10) pelo Escritório de Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas).
Segundo o documento, milhares de construções, incluindo casas e escolas, foram destruídos por bombardeios em cidades predominantemente curdas. Fotos de satélite de antes e depois das operações de segurança divulgadas pela ONU mostram os danos na região.
“[Estamos] especialmente preocupados com os resultados da análise das imagens de satélite, que indicam uma escala enorme de destruição de casas por artilharia pesada”, diz o documento.
A ONU também diz que o expurgo promovido pelo presidente Recep Tayyip Erdogan desde uma tentativa frustrada de golpe militar, em julho de 2016, afetou a situação dos direitos humanos no sul do país. Cerca de 10 mil professores na região teriam sido demitidos sem o devido processo legal.
Após a tentativa de golpe, o governo turco implementou um estado de Emergência e aumentou a perseguição contra opositores, demitindo mais de 100 mil funcionários públicos.
O governo turco enfrenta há três décadas uma insurgência dos combatentes do PKK (Partido dos Trabalhadores do Curdistão), considerado uma organização terrorista pelo Estado. Um cessar-fogo foi rompido em julho de 2015, levando ao aumento da violência na região.
Os curdos são um grupo étnico de 30 milhões de pessoas que vivem em partes de Turquia, Síria, Iraque e Irã. É o maior povo apátrida do mundo. Os governos de onde há minoria curda se opõem a movimentos de independência em qualquer nação, com medo do efeito dominó.
Fonte: folha.uol.com.br