As crianças-soldado do Daesh (Estado Islâmico)
“Espero que todos meus irmão usem um carro deste.”
Este carro, que o Abû Amara (15 anos), de Aleppo, entra e quer que outros também entram, não é um carro de brinquedo.
O carro é um carro cheio de bombas preparado perto de Aleppo que foi usado num atentado.
Abû Amara explica o motivo do atentado cometido por ele da seguinte maneira em um vídeo de propaganda publicado por Daesh:
“Quanto mais você viver, mais pecado você comete. Estou realizando este atentado para chegar mais cedo ao Paraíso.”
Enquanto a criança entra no carro, mais uma pessoa entra, que alega ser o pai dele. Conta para o adolescente como vai dirigir e explodir o carro.
No vídeo há uma cena de explosão, além da cena da partida de carro. Porém, não se sabe se a explosão do carro e o que aconteceu com o Abû Amara.
Crianças que usam carros carregados de bombas
Segundo West Point, a Unidade de Combate ao Terrorismo do Exército Americano, que preparou um relatório através das observações sobre os vídeos publicados por ISIS entre 2015 e 2016, afirma que Daesh não hesita de atrair as crianças às suas fileiras.
Segundo relatório preparado seguindo os passos dos vídeos um a um, 60% das 89 crianças têm idade entre 12 e 16 anos. A maioria são as crianças nascidas no Iraque.
39% destas crianças morreram em ataques suicídios com carros-bomba. 33% morreram nos conflitos, 6% morreram durante os trabalhos duros. A quantidade das crianças que atacaram os cívis é 4%.
Portanto, a forma de morte 18% destas crianças é suicído com carro-bomba, que necessita de um treinamento específico e é a forma mais difícil de atacar. Neste tipo de ataque, não se planeja uma volta.
O potencial 100 mil crianças guerreiras
É difícil imaginar a quantidade das crianças influenciadas por Daesh, a serem usadas nos ataques suicídios.
Porém, segundo o relatório da Unidade de Observação de Direitos Humanos, Daesh começou a usar 1500 crianças como militantes, de janeiro de 2015 a agosto do mesmo ano.
Segundo a Iniciativa de Crianças Militantes, Daesh proíbe educação nos locais obtidos por ele e convoca as crianças a serem violentas, doutrinando-as para isso.
Presidente da Iniciativa e ex-Comandante de Força Pacífica de Ruanda, coronel aposentado Romeo Dallaie de Canada, fala da possibilidades de Daesh usar 100 mil crianças como militantes. E esta situação dificulta o combate ao EI psicologicamente.
As crianças no lugar dos adultos fugitivos
Não são apenas os relatórios de instituições de opinião que chamam atenção ao caso de crianças militantes e o quão é maior o problema. Em maio, a Agência de Inteligência Alemã, que é conhecida por seu silêncio em não fazer muitas declarações, afirmou que Daesh treina as crianças a torturar e matar e que é possível serem usadas nos ataques planejados em Ocidente.
Uma advertência semelhante foi feita por John Kirby, porta-voz de Ministério de Relações Exteriores dos EUA, afirmando que quanto mais Daesh perde territórios, perde militantes e por isso põe mais crianças nos conflitos.
Kirby ressaltou também que as crianças são usadas no serviço de inteligência e espionagem, porém conforme o aumento dos ataques, dirigiu-as aos ataques.
De acordo com um relatório da ONU, sobre o caso, Daesh usa crianças como espiões, produtores de bombas e guardas.
O ataque em Gaziantep
Foi declarado que é possível que seja uma criança quem cometeu ataque terrorista na cidade de Gaziantep, durante uma celebração de casamento, que deixou mais 50 mortos.
Ainda não é identificado quem atacou, mas é sabido alguns dos participantes de Daesh levam suas famílias também, enquanto os mesmos vão participar do grupo. Isso, embora não seja claro o número de participantes, indica que algumas crianças turcas também podem ser treinados por Daesh.