Acordo de normalização das relações Turquia-Israel
O primeiro-ministro turco Binali Yildirim fez uma coletiva de imprensa na Mansão Cankaya na capital Ancara e anunciou oficialmente o acordo para normalizar as relações com Israel, dizendo ainda que a primeira ajuda humanitária a Gaza será enviada na sexta-feira.
“Fizemos longas negociações mas finalmente chagamos a uma decisão. E de acordo com essa decisão, nossa primeira ajuda humanitária, que é de mais de 10.000 toneladas, será enviada para o porto de Asdode na sexta-feira. … Nossos irmãos em Gaza sofreram em extremo. Eles poderão agora respirar mais aliviados com esse acordo. Da mesma forma que fizemos até agora, nós, como um país, continuaremos a apoiar os ideais justos da Palestina e a defender o direito deles de serem um governo em cada plataforma”, disse Yildirim.
O PM informou que embaixadores serão nomeados dentro de semanas se o processo para confirmar o acordo correr de maneira suave.
Yildirim também disse que uma quantia de 20 milhões de dólares será paga como uma “compensação” pelos ativistas que perderam suas vidas enquanto levavam ajuda humanitária a Gaza, apesar de que a mídia israelense havia reportado anteriormente que a quantia será parga como uma “doação”.
A imprensa israelense também alegou que o Presidente Recep Tayyip Erdogan deu ordem a organizações turcas de fazer o que for necessário para entregarem dois cidadãos israelenses e também os corpos de dois soldados israelenses de Gaza para Israel, apesar de que o acordo por escrito não incluir tal condição.
Segundo a cobertura do acordo pela imprensa israelense, apenas uma das três condições da Turquia para normalizar as relações com Israel será cumprida. Apesar de Netanyahu ter pedido desculpas pela ataque à flotilha de Gaza, cumprindo uma das condições, as duas que restam – suspender o bloqueio de Gaza e pagar uma compensação pelo incidente de 2010 – supostamente não serão cumpridas exatamente da forma que a Turquia exige.
Apesar de a suspensão do bloqueio de Gaza não ser parte do acordo, supõe-se que esteja acordado que uma ajuda humanitária para Gaza será enviada se o governo israelense aprová-la, após uma inspeção no Porto de Asdode.
A marinha israelense matou nove ativistas turcos e turco-americanos pró-Palestina em 2010, ao conduzir uma operação contra seis navios civis que pertenciam à Flotilha da Liberdade de Gaza em águas internacionais do Mar Mediterrâneo. Os navios equipados pelo Movimento de Gaza Livre e pela Fundação Turca para os Direitos e Liberdades Humanos e a Assistência Humanitária (IHH) estavam levando ajuda humanitária e suprimentos de construção para a Faixa de Gaza, que está sob bloqueio.
A IHH reagiu contra o acordo em uma série de tweets no Domingo, enfatizando que o bloqueio de Gaza tem que ser suspenso pois é contra a lei e um crime contra a humanidade.
“Bloqueio é diferente de embargo. O acordo deve ser baseado sob as condições da abolição do bloqueio, não o embargo. Um acordo que previsse o uso do porto de Asdode não enfraqueceria o bloqueio, na verdade leva ao reconhecimento oficial dele. As prováveis condições de acordo que foram publicadas na imprensa levará ao reconhecimento internacional do bloqueio”, disse a fundação.
Fonte: www.turkishminute.com