Sirte, a futura “capital” do Estado Islâmico?
A liderança central do Estado Islâmico está realizando “planos de contingência” por conta da pressão militar sofrida no Iraque e na Síria e a cidade de Sirte, na Líbia, pode vir a ser sua “nova capital”. O cenário é descrito em reportagens publicadas neste fim de semana pelos jornais The New York Times e The Wall Street Journal e mostra como a ameaça imposta pelo grupo extremista continua se transformando de forma a se perpetuar.
A presença do Estado Islâmico no país mediterrâneo é resultado do caos surgido após a derrubada do ditador Muamar Kadafi e da posterior guerra civil que tomou conta da Líbia nos últimos anos. O ISIS tomou inicialmente a cidade de Nawfaliyah, mas em agosto passou a controlar Sirte por completo. A versão draconiana da sharia pregada pelo Estado Islâmico já está em vigor na cidade, assim como crucificações e decapitações públicas.
Nas últimas semanas, jihadistas estrangeiros passaram a chegar a Sirte acompanhados de suas famílias, um sinal de que a intenção é se fixar no local. Entre eles, há importantes líderes do comando central do Estado Islâmico, como o iraquiano conhecido por Abu Ali al-Anbari.
Ele teria viajado para a Líbia para substituir Abu Nabil al-Anbari, outro líder senior do ISIS que teria sido morto em um ataque áereo dos Estados Unidos em Derna em 13 de novembro – o primeiro bombardeio norte-americano contra o ISIS fora do Iraque e da Síria.
Segundo o NYT, há grupos atuando em nome do Estado Islâmico em oito lugares além do Iraque e da Síria, e o bolsão na Líbia é considerado o mais perigoso deles – por ser o único controlado diretamente pelo comando central do ISIS e pela ausência de perspectivas sobre como combater o grupo.
Se no Iraque e na Síria há uma quantidade significativa de forças terrestres dispostas a lutar contra os jihadistas, o mesmo não acontece na Líbia. Dividido em duas partes, o país está mergulhado em uma guerra civil que não tem perspectivas de acabar.