Milhares de curdos reclamam “verdade” e “justiça” em Paris
Denunciando os “cinco anos de silêncio, cinco anos de negação de justiça, cinco anos de impunidade” das autoridades francesas face ao assunto, o cortejo, liderado por mulheres curdas em Paris, incluiu bandeiras com os rostos dos três militantes mortos.
“Erdogan, assassino!”, gritaram os cerca de 4.700 manifestantes (segundo dados da polícia), referindo-se ao presidente da Turquia, recentemente recebido pelo chefe de Estado francês, Emmanuel Macron.
Sakine Cansiz, 54 anos, uma das fundadoras do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), Fidan Dogan, 28 anos, e Leyla Saylemez, 24 anos, foram baleadas mortalmente, com vários tiros, na sede do Centro de Informação do Curdistão, no décimo bairro de Paris, a 9 de janeiro de 2013.
O único suspeito, o turco Omer Guney, foi morto na prisão, em finais de 2016, antes de comparecer em tribunal para ser julgado.
Os investigadores franceses apontaram para “a implicação” de membros dos serviços secretos turcos (MIT) no triplo assassinato, mas nunca atribuíram responsabilidades de liderança.
A comunicação social turca chegou a divulgar um documento apresentado como uma “ordem de serviço” para Omer Guney, alegadamente atribuída pelos MIT, o que estes desmentiram oficialmente em janeiro de 2014.
Originalmente publicado em: https://www.rtp.pt/