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Fachin manda soltar acusado de terrorismo pelo governo turco

Fachin manda soltar acusado de terrorismo pelo governo turco
maio 08
18:38 2019

Naturalizado brasileiro, turco Ali Sipahi está preso desde 5 de abril em São Paulo por ordem de Fachin; defesa pediu liberdade. STF ainda terá que julgar pedido de extradição.

O ministro Luiz Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), mandou nesta terça-feira (7) soltar o turco naturalizado brasileiro Ali Sipahi, preso em São Paulo desde o mês passado acusado de terrorismo pelo governo turco.

Ligado a um movimento de oposição ao governo de Recep Tayyip Erdogan, Ali Sipahi vive no Brasil há 12 anos, é comerciante, casado com uma turca e tem um filho brasileiro de 4 anos.

Ele é acusado por autoridades turcas de fazer parte de uma organização considerada terrorista.

Sipahi está na sede da Polícia Federal em São Paulo desde o dia 5 de abril por determinação de Fachin.

O governo turco que pediu ao Brasil a prisão de Sipahi para uma futura extradição. O Supremo ainda terá que julgar a extradição, mas não há data prevista.

Pedido de liberdade

Ao mandar soltar o turco naturalizado brasileiro, Edson Fachin atendeu um pedido da defesa de Ali Sipahi.

O ministro determinou ainda que Sipahi:

  • seja monitorado com tornozeleira eletrônica;
  • se recolha no período noturno em casa;
  • não deixe São Paulo sem autorização judicial;
  • devolva o passaporte.

Conforme o ministro, Sipahi pode ficar em liberdade até uma decisão final sobre a extradição porque ele tem nacionalidade brasileira, tem filho e mulher que vivem no Brasil sob dependência dele, mora no Brasil desde 2007 e não há nenhum antecedente que o desabone.

Processo de extradição

A lei brasileira permite extraditar um cidadão naturalizado desde que ele seja acusado de crime comum cometido antes da naturalização.

O Supremo aguarda uma manifestação da defesa do turco para, depois, pedir um parecer da Procuradoria Geral da República (PGR) sobre a extradição.

Com o parecer da PGR, Fachin terá de submeter o caso à Segunda Turma do Supremo. A Turma não vai julgar o mérito, ou seja, se Ali Sapahi cometeu ou não crime. Decidirá, somente, se ele deve ou não deixar o Brasil para responder às acusações na Turquia.

Os ministros vão avaliar, por exemplo:

  • se o ato cometido também é considerado crime no Brasil;
  • se o suposto crime não está prescrito;
  • se o acusado tem mesmo a nacionalidade brasileira;
  • se ele cometeu o suposto crime antes disso.

Se o Supremo negar a extradição, Ali poderá ser solto e continuar no Brasil.

Ao Jornal Nacional, o advogado do turco disse que não há nenhum indício de que Ali Sipahi esteja envolvido em atividades terroristas.

A decisão de Fachin

Ao analisar o caso, Fachin afirmou que a defesa entregou “farta documentação abonatória”, mas que não é o momento de analisar se os requisitos para a extradição foram preenchidos.

“Não obstante os argumentos e a farta documentação abonatória trazida pela defesa, não é o momento processual oportuno para examinar os requisitos do art. 82 da Lei 13.445/2017, mas tão somente as medidas necessárias para assegurar a executoriedade de eventual extradição a ser decretada por esta Corte por ocasião do julgamento definitivo pelo Colegiado.”

Fachin apontou que, diante da ligação do turco com o Brasil, é possível converter a prisão em medidas cautelares.

“Considerando, portanto os elementos pessoais que ligam o extraditando ao Brasil, a residência em território brasileiro de 2007, a nacionalidade brasileira desde 2016, suas atividades empresariais e a inexistência de antecedentes criminais e ainda a necessidade de manter sua família, mulher e filho que vivem sob sua dependência, com base no art. 86, do diploma normativo que rege a matéria (Lei n. 13.445/2017) depreendo a possibilidade jurídica de substituir a prisão antes decretada pelas seguintes medidas cautelares”, frisou.

O ministro determinou que a soltura seja condicionada à instalação da tornozeleira e que a PF tome “todas as providências necessárias à segurança do extraditando”.

“Expeça-se alvará de soltura, condicionado seu cumprimento à instalação do equipamento de monitoração eletrônica, entrega de passaporte e compromisso de cumprir as demais medidas cautelares ora impostas .Determino, outrossim, à Polícia Federal, a ser cientificada por ofício com cópia desta decisão, tomar todas as providências necessárias à segurança do extraditando no âmbito de suas atribuições.”

FONTE: https://g1.globo.com/politica/noticia/2019/05/07/fachin-manda-soltar-acusado-de-terrorismo-pelo-governo-turco.ghtml?utm_source=push&utm_medium=app&utm_campaign=pushg1

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