Fundação de Erdogan pressiona ainda mais para substituir as escolas de Gulen na África
Uma fundação educacional estatal turca assinou memorandos de entendimento com 26 países na África para assumir o controle de escolas pertencentes a pessoas do Movimento Gulen, que é baseado na fé, informou a agência de notícias estatal Anadolu no sábado.
“Assinamos protocolos com 26 países na África, e 16 deles até agora transferiram as escolas. Continuamos a fornecer educação a 8.900 alunos”, disse Hasan Yavuz, um membro do conselho da Fundação Maarif.
O governante Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP) estabeleceu a Fundação Maarif em 2016 para assumir a administração de escolas de escolas no exterior ligadas ao Movimento Gulen.
O Movimento Gulen possui muitas escolas e universidades montadas em mais de 160 países.
De acordo com o Anadolu, 30 países africanos entregaram escolas do Movimento Gulen à Maarif ou as fecharam a pedido da Ancara.
Alega-se que a Fundação Maarif tenha sido estabelecida para disseminar a ideologia islamista do Presidente Recep Tayyip Erdogan no exterior.
Ismet Yilmaz, o ministro da educação, em 16 de junho de 2016, no Parlamento, disse que a fundação pertencia ao estado e serviria como braço de seu ministério no exterior no fornecimento de serviços educacionais. Ele descreveu a iniciativa como prova da ambição do estado turco de projetar um poder maior no mundo e manteve que a Turquia segue os passos britânicos e americanos nesse sentido.
“Erdogan se postula como sendo o califa, o líder de todos os muçulmanos no mundo, e vê a Fundação Maarif como uma ferramenta em seus esforços de investimento para alcançar grupos muçulmanos não-turcos”, escreveu o colunista do Turkish Minute, Abdullah Bozkurt.
O Movimento Gulen é acusado pelo governo turco de montar uma tentativa de golpe em 15 de julho de 2016. O Movimento nega fortemente qualquer envolvimento.
Um total de 62.895 pessoas foram detidas, 48.305 foram presas em 2017 em investigações sobre o Movimento, de acordo com relatórios do Ministério do Interior.
O ministro do interior turco, Suleyman Soylu, disse em 12 de dezembro que 55.665 pessoas foram presas e 234.419 passaportes foram revogados como parte de investigações sobre o Movimento desde o golpe fracassado.
Soylu, em 16 de novembro, disse que oito companhias e 1.020 empresas foram confiscadas como parte de operações contra o Movimento.
O Ministério da Justiça anunciou em 13 de julho que 169.013 pessoas estiveram sujeitas a procedimentos legais sob acusações de golpe desde o golpe fracassado.
A Turquia suspendeu ou dispensou mais de 150.000 juízes, professores, policiais e funcionários públicos desde 15 de julho de 2016 através de decretos do governo emitidos como parte de um estado de emergência que vêm ocorrendo, declarado após a tentativa de golpe.
Fonte: www.turkishminute.com