Jornal pró-governo da Turquia cria linha para se denunciar seguidores de Gulen em países da UE
A edição para a Europa do jornal Sabah, o Sabah Avrupa, criou uma linha de telefone para que seus leitores denunciem os seguidores do movimento Gulen, que é baseado na fé, contra o qual as autoridades turcas lançaram uma caça às bruxas por seu suposto envolvimento com um golpe fracassado em julho passado.
Em sua capa na terça-feira, o Sabah Avrupa publicou um número de telefone para que seus leitores ligarem e denunciem os seguidores de Gulen e disse: “Linha para denunciar a FETO. Traidores membros da FETO, não pensem que esquecemos de vocês! Para os nossos leitores na Europa: Denunciem esses traidores [seguidores de Gulen] que foram tiranos com vocês e vamos desmascará-los”.
FETO é um termo derrogatório usado pelos círculos do governo para se referirem ao movimento Gulen.
No começo de fevereiro, equipes da polícia alemã invadiram apartamentos de quatro imãs da União Turco-Islâmica para Assuntos Religiosos (DITIB) na Renânia do Norte-Vestfália e na Renânia-Palatinado que eram suspeitos de atuarem como informantes. O coordenador da DITIB, apoiado principalmente pelo Diretório dos Assuntos Religiosos Turco (Diyanet), Murat Kayman, anunciou sua renúncia por causa das alegações.
O Escritório do Promotor Público Federal (GBA) disse em uma declaração que os imãs haviam atuado segundo uma ordem dada em 20 de setembro do ano passado pelo diretório para fazer o perfil dos simpatizantes do movimento Gulen.
Em dezembro de 2016, o Ministro da Justiça belga, Koen Geens, anunciou que havia ordenado às unidades de segurança e inteligência no país para monitorarem de perto mesquitas operadas pelo Diyanet entre relatos de que o diretório havia pedido a imãs que espionassem e denunciassem belga de origem turca suspeitos de serem ativos no movimento Gulen, que é baseado na fé.
Apesar de repetidas declarações do erudito turco-islâmico radicado nos EUA, Fethullah Gulen, cujas ideias e opiniões inspiraram o movimento, e de as instituições ligadas a Gulen no exterior negarem envolvimento no golpe fracassado, seguidores do movimento estiveram sujeitos a assédio, discriminação e até ataque de pessoas do governo.
Vários simpatizantes de Gulen que trabalhavam em instituições ligadas a Gulen foram entregues a autoridades turcas depois de serem detidos pela polícia local em vários países como parte da caça às bruxas do governo turco contra o movimento Gulen fora do país. (turkishminute.com)
Fonte: http://stockholmcf.org