Ministério da Educação turco pede aos professores expurgados que provem sua ‘inocência’ para retornarem aos cargos
O Ministério da Educação da Turquia pediu aos professores que foram removidos de seus cargos através de decretos controversos do governo que provem sua “inocência” para poderem retornar aos seus cargos, de acordo com uma reportagem no jornal Cumhuriyet na segunda-feira.
Pediram aos professores que obtivessem um documento dos escritórios dos promotores que confirme que não baixaram o aplicativo de smartfone conhecido como ByLock em seus celulares.
De acordo com autoridades turcas, o ByLock é a principal ferramenta de comunicação entre os seguidores do Hizmet, movimento baseado na fé inspirado nas ideias de Fethullah Gulen, erudito islâmico turco radicado nos EUA. Este movimento é acusado pelo governo de arquitetar e comandar uma tentativa fracassada de golpe em 15 de julho de 2016.
Sob um decreto recente do governo (nº 686), 4.464 servidores públicos foram removidos de seus cargos, 2.585 deles eram professores.
Os professores são acusados de terem ligações com o Hizmet sob a justificativa de possuírem contas no Bank Asya (que era ligado ao Hizmet e que foi fechado pelo governo) e usarem o aplicativo ByLock.
Relata-se que os sindicatos da educação deram entrada no Mistério da Educação pedindo que os professores expurgados fossem recolocados em seus cargos.
Em resposta, o ministério pediu aos professores que trouxessem um documento dos escritórios dos promotores mostrando que não usaram o ByLock e que foram inocentados de acusações em investigações, se houver, contra eles.
A Turquia sobreviveu a uma tentativa de golpe militar em 15 de julho do ano passado que matou mais de 240 pessoas e deixou feridas mais de mil outras. Imediatamente após a tentativa, o governo do Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP) juntamente ao Presidente Recep Tayyip Erdogan colocaram a culpa no Hizmet. O movimento nega as acusações.
Mais de 135.000 pessoas, incluindo milhares entre os militares, foram expurgadas devido a sua conexão, real ou suposta, ao Hizmet desde a tentativa de golpe, de acordo com uma declaração pelo ministro do trabalho em 10 de janeiro. Desde 1º de fevereiro, 89.775 pessoas estavam sendo detidas sem alguma acusação, com ainda mais 43.885 em detenção preventiva devido às suas supostas ligações com o movimento.
Fonte: www.turkishminute.com