Ministro da Justiça turco viajará aos EUA para conversar sobre a extradição de Gulen
O Ministro da Justiça da Turquia, Bekir Bozdag, vai visitar os EUA em 25 de outubro para discutir o pedido da Turquia pela extradição de erudito islâmico turco Fethullah Gulen, que é acusado pelo governo de ter arquitetado uma tentativa de golpe em 15 de julho, a agência estatal de notícias Anadolu informou.
Ao falar com jornalistas no Parlamento na terça-feira, Bozdag disse que o principal objetivo de sua visita aos EUA vai ser os dossiês enviados por Ancara a Washington a respeito de seu pedido de extradição e a exigência da Turquia pela prisão de Gulen até que um tribunal americano tome uma decisão a quanto a extradição dele.
Bozdag, que vai se encontrar com a Procuradora-Geral dos Estados Unidos, Loretta Lynch, em 26-27 de outubro, disse que vai compartilhar novos desenvolvimentos e evidências a respeito do suposto envolvimento de Gulen no golpe com as autoridades americanas.
Ao falar à CNN Turk em uma entrevista na televisão no sábado, Bozdag disse que apesar de o processo ainda estar correndo, o lado turco tem a impressão de que os EUA não vão extraditar Gulen.
O ministro disse que entende que o processo legal nos EUA pode levar muito tempo mas que não consegue entender a lerdeza do processo de alguém que tem dossiê tão repleto de evidências.
O governo do Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP), que lançou uma guerra contra o movimento Gulen logo em seguida da eclosão de um escândalo de corrupção no final de 2013 em que altos membros do governo estavam envolvidos, levou sua continuada repressão sobre o movimento e seus simpatizantes a um novo nível depois de uma tentativa de golpe fracassada em 15 de julho que matou 240 pessoas e feriu outras mil.
Embora o movimento negue fortemente ter qualquer papel na investigação de corrupção ou na tentativa de golpe, o governo acusa ele de ter arquitetado os dois, apesar da falta de quaisquer evidências tangíveis.
Gulen clamou por uma investigação internacional sobre a tentativa de golpe, todavia o Presidente Recep Tayyip Erdogan – chamando a tentativa de golpe de “um presente de Deus” – e o governo iniciaram um amplo expurgo com a intenção de limpar os simpatizantes do movimento das instituições estatais, desumanizando as figuras populares dele e colocando elas sob custódia.
Uma reportagem publicada pela revista alemã Focus em julho alegou que membros do governo turco decidiram colocar a culpa pela tentativa de golpe em Gulen meia hora depois da revolta e concordaram em começar um expurgo dos seguidores de Gulen no dia seguinte.
A revista alemã escreveu sua reportagem se baseando em ligações interceptadas pela inteligência inglesa, e-mails e mensagens de SMS do governo turco.
Mais de 100.000 pessoas foram expurgadas dos órgãos estatais, quase 70.000 detidas e 32.000 presas desde a tentativa de golpe. Os presos incluem jornalistas, juízes, promotores, policiais, militares, médicos, funcionários de tribunais e até um comediante.
Fonte: www.turkishminute.com