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  • Turquia busca aprovação dos EUA para comprar motores de aviação da GE para jatos militares, diz relatório A Turquia pediu aos EUA permissão para comprar motores da GE Aerospace que pretende usar em jatos militares fabricados localmente, informou a BNN Bloomberg, com sede em Toronto, citando autoridades turcas familiarizadas com o assunto....
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  • Nova aliança entre Egito e Turquia é testada por nova crise na Líbia A recente reaproximação entre Egito e Turquia está sendo desafiada pela crise política na Líbia, centrada no controle das riquezas petrolíferas do país. A destituição do governador do banco central líbio, Sadiq al-Kabir, que se exilou na Turquia, criou um impasse que ameaça o funcionamento econômico do país. Apesar dos acordos comerciais assinados por Sisi e Erdoğan, os países discordam sobre a política na Líbia: enquanto a Turquia apoia o governo de Trípoli, o Egito apoia Khalifa Haftar, no leste. A crise sobre a gestão das reservas petrolíferas e a estabilidade política da Líbia se tornou um teste crítico para esta nova aliança entre Egito e Turquia, com potenciais implicações na segurança regional e na migração. A comunidade internacional, preocupada com a estabilidade na Líbia, pressiona por uma solução consensual para evitar um colapso econômico e político....
  • Turquia busca fortalecer cooperação militar com a Macedônia do Norte, aumentando exercícios conjuntos Turquia e Macedônia do Norte intensificam cooperação militar com foco em exercícios conjuntos A Turquia planeja fortalecer sua cooperação militar com a Macedônia do Norte, conforme anunciado pelo Ministro das Relações Exteriores turco, Hakan Fidan, durante visita a Skopje em 5 de setembro. Os países realizarão mais treinamentos e exercícios conjuntos, com apoio da indústria de defesa turca. Em paralelo, ocorreu a inauguração do escritório da Aselsan nos Balcãs. A Macedônia do Norte também explora a compra de equipamentos militares, como drones, da Turquia, após sua adesão à OTAN em 2020. A colaboração militar surgiu após desafios diplomáticos, com a Turquia insistindo na extradição de críticos do governo turco no passado....
  • Família de Erdogan saqueou dinheiro do petróleo russo em uma fraude massiva, provocando a ira de Putin Um esquema de fraude envolvendo a família do presidente turco Recep Tayyip Erdogan e o petróleo russo foi exposto, levando à ira do presidente russo Vladimir Putin. A trama, que teria movimentado centenas de milhões de dólares, utilizava uma empresa fachada na Turquia, Mostrade, para comercializar petróleo russo sancionado. Mustafa Yiğit Zeren, ligado à família Erdogan, desempenhou um papel central no esquema, que envolveu desvio de lucros e a criação de empresas de fachada para movimentar bilhões. A resposta russa incluiu processos judiciais e até ações extremas para recuperar o valor fraudado. Com o cerco se fechando, Zeren desapareceu, temendo represálias. Esta fraude abalou as relações entre Rússia e Turquia, mostrando a gravidade das sanções e a resposta russa a violações financeiras. ...
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Condeno todas as ameaças à democracia turca

Condeno todas as ameaças à democracia turca
julho 27
16:21 2016

Por Fethullah Gulen / THE NEW YORK TIMES

Condenei com veemência a tentativa de golpe militar na Turquia. “O governo deve vencer por meio de eleições livres e imparciais, não pela força. Oro a Deus pela Turquia, pelos cidadãos turcos e todos aqueles que estão hoje no país, que esta situação seja solucionada pacífica e rapidamente”, afirmei.

Apesar do meu protesto, o cada vez mais autoritário presidente Recep Tayyip Erdogan imediatamente me acusou de ter orquestrado o golpe. E exigiu que os EUA me extraditem, me expulsem de minha casa na Pensilvânia, onde vivo voluntariamente em exílio desde 1999. Não só essa insinuação de Erdogan vai contra tudo o que acredito, como também é irresponsável e equivocada.

Minha filosofia – de um Islã pluralista e inclusivo, a serviço dos seres humanos de todas as crenças – é contrária à rebelião armada, que considero antiética. Por mais de 40 anos os participantes do movimento ao qual estou associado, o Hizmet, que significa “serviço”, têm defendido e demonstrado seu compromisso com uma forma de governo cuja legitimidade deriva do desejo da população que respeita os direitos de todos os cidadãos, independente de suas posições religiosas, filiações políticas e origens étnicas. Empreendedores e voluntários inspirados pelos valores do Hizmet têm investido na moderna educação e em serviços comunitários em mais de 150 países.

Numa época em que as democracias ocidentais estão em busca de vozes muçulmanas moderadas, eu e meus amigos do Hizmet assumimos uma clara posição contra a violência extremista, desde os atentados do 11 de Setembro pela Al-Qaeda às brutais execuções do Estado Islâmico e os sequestros do Boko Haram.

Além de condenar a violência sem sentido, incluindo essa tentativa de golpe, enfatizamos nossa promessa de frear o recrutamento de terroristas entre jovens muçulmanos e cultivar uma mentalidade pluralista, pacífica.

Durante toda minha vida tenho denunciado as intervenções militares na política interna. Na verdade, tenho defendido a democracia há décadas. Tendo sofrido a experiência de quatro golpes militares em quatro décadas na Turquia, jamais desejarei que meus compatriotas vivam essa dura experiência novamente. Se alguém que parece ser um simpatizante do Hizmet esteve envolvido na tentativa de golpe, traiu meus ideais.

As acusações de Erdogan não surpreendem, não pelo que declara a meu respeito, mas pelo que isso revela sobre seu impulso perigoso e sistemático no sentido de um governo ditatorial.

Como muitos cidadãos turcos, os integrantes do Hizmet apoiaram os esforços iniciais de Erdogan para democratizar a Turquia e cumprir as exigências com vistas a uma adesão à União Europeia. No entanto, não silenciamos quando ele preteriu a democracia em favor do despotismo. Mesmo antes dos recentes expurgos, Erdogan, nos últimos anos, fechou jornais, removeu milhares de juízes, promotores, delegados de polícia e funcionários públicos de seus cargos. Adotou medidas duras contra as comunidades curdas. E declarou seus detratores inimigos do Estado.

O Hizmet, em particular, tem sido alvo da ira do presidente. Em 2013, Erdogan acusou os simpatizantes do movimento dentro da burocracia turca de iniciarem uma investigação sobre corrupção que envolvia membros do seu governo. Como resultado, vários membros do Judiciário e da polícia foram exonerados ou presos por terem feito seu trabalho.

Desde 2014, quando foi eleito presidente, após 11 anos no cargo de premiê, Erdogan insiste em transformar a Turquia de uma democracia parlamentar em uma “presidência executiva”, assumindo um poder sem controles. Nesse contexto, sua recente declaração, de que o golpe fracassado foi uma “dádiva de Deus”, é ameaçadora. À medida que exonera mais dissidentes e adota novas medidas de repressão contra o Hizmet e outras organizações da sociedade civil, vai removendo os impedimentos que restam para o poder absoluto.

O presidente turco está chantageando os EUA, ameaçando restringir o apoio do país à coalizão internacional que combate o Estado Islâmico. Seu objetivo é garantir minha extradição, apesar da falta de provas convincentes. Para o bem dos esforços realizados em todo o mundo para restaurar a paz e salvaguardar a democracia no Oriente Médio, os EUA não devem levar em consideração um autocrata que tem transformado uma tentativa de golpe num autogolpe em câmara lenta contra o governo constitucional. / TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO

É CLÉRIGO ISLÂMICO RADICADO NOS EUA

*Este artigo também foi publicado no Estadão.

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