EUA retira acusações contra Gülen
Robert Mariani, juiz dos Estados Unidos do Middle District da Pensilvânia, retirou as acusações contra o erudito turco-islâmico Fethullah Gülen, radicado nos EUA, afirmando que não existe base para as alegações levadas ao tribunal pelo governista Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP) da Turquia.
O AKP havia contratado um escritório de advocacia de Amsterdã para processar Gülen nos EUA, alegando que membros de um grupo chamado “Tahsiyeciler” na Turquia foram presos ilegalmente no passado com a influência de Gülen dentro da força policial turca.
De acordo com agências de notícias, o juiz Mariani considerou as alegações do governo turco “casuais e sem base”.
O governo turco iniciou o caso em uma esforço para incriminar os simpatizantes do movimento Gülen com motivações políticas.
No lado turco do caso, um total de 33 pessoas, dos quais 9 estão na cadeia, estão sendo julgados sob acusações de conspirarem contra o grupo Tahsiyeciler. Como parte do julgamento, vários ex-chefes de polícia e o presidente da emissora de TV Samayolu, Hidayet Karaca, foram encarcerados em prisões turcas ao longo do ano passado.
Em uma transmissão ao vivo de 2009 na CNN Turk, o líder do grupo Tahsiyeciler afirmou que gostava do ex-líder da al-Qaeda, Osama bin Laden. Vários registros mantidos pelas Forças Armadas Turcas (TSK) vieram à tona em 2014, indicando que o Tahsiyeciler apoiava abertamente a al-Qaeda e acusou os muçulmanos, que são contra essa organização terrorista, de infidelidade.
O Presidente Recep Tayyip Erdogan e o governo do AKP travaram uma guerra contra o movimento Gülen desde 17 de dezembro de 2013, qunado um escândalo de corrupção levou à renúncia de quatro de ministros de seu Gabinete, pois ele era o primeiro-ministro na época. Erdogan acusou o movimento Gülen de tramar a derrubada de seu governo, e disse que simpatizantes do movimento que estavam dentro da polícia haviam conduzido a investigação de corrupção. A investigação de corrupção envolveu Erdogan, membros de sua família e também membros do AKP.
Desde então, centenas de policiais foram detidos e alguns presos principalmente por “escuta ilegal” ao longo da investigação de corrupção. Erdogan disse que realizaria uma “caça-às-bruxas” contra qualquer um com ligações ao movimento. O movimento Gülen fortemente rejeita as alegações levantadas contra ele.
Erdogan recentemente declarou o movimento Gülen uma “organização terrorista” apesar do fato de não haver decisão do tribunal que suporte a alegação.
Na investigação de corrupção e suborno 17 de dezembro, filhos de ministros, empresários conhecidos, um prefeito distrital, um diretor de um banco estatal, e muitas figuras de alto escalão foram presas em batidas sincronizadas. Eles foram soltos e os promotores que iniciaram o caso foram posteriormente presos devido às suas supostas ligações com o movimento Gülen. Contudo, quatro ministros do Gabinete foram forçados a renunciar.
O importante caso de corrupção foi fechado por outros promotores que os substituíram, com todas as acusações contra os políticos e empresários sendo retiradas. Uma investigação parlamentar contra os quatro ministros também foi retirada com votos do AKP.
Fonte: www.tukishminute.com