Professores mortos em ataque na Somália
Cinco pessoas, incluindo dois professores expatriados voluntários, foram mortas quando atiradores não identificados atacaram um ônibus escolar que levava alunos, professores e funcionários de uma escola na capital da Somália, Mogadíscio, na quarta-feira, disse a polícia.
Os atiradores, que estavam em um carro, abriram fogo contra o ônibus escolar conforme ele passava, a quatro quilômetros de Mogadíscio.
O ônibus escolar pertencia a uma escola turca aberta por empreendedores turcos inspirados pelos ensinamentos do intelectual turco-islâmico Fethullah Gülen em Mogadíscio. Todas as vítimas do ataque eram empregados da escola turca.
Os professores que perderam suas vidas no ataque foram identificados como o turco Hidir Çalka e o azerbaijano Banu Kemaliye Ismailov.
Çalka, que era de origem curda, morreu no local do ataque. Ele deixa dois filhos.
Ismailov foi levado às presas para o hospital, mas não sobreviveu. As outras vítimas do ataque foram o motorista do ônibus, o segurança e o tradutor da escola. Seus nomes não estavam de pronto disponíveis.
Cinco pessoas, incluindo dois estudantes, também foram feridos no ataque. Os feridos estão sendo tratados em hospitais de Mogadíscio.
Não houve nenhuma reivindicação de responsabilidade imediata pelo ataque, e o Al-Shabaab, o grupo militante somaliano alinhado com a Al-Qaeda, não estava disponível no momento para comentar.
O ex-presidente da organização de caridade Kimse Yok Mu, Ismail Cingöz, que deu a notícia do ataque pela sua conta no Twitter, escreveu: “Infelizmente, há professores mortos e pessoas feridas no hediondo ataque terrorista na Somália. Dois professores turcos foram vitimados nesse ataque.”
Existe mais de 1.000 escolas turcas em 160 países, abertas pelos seguidores do Movimento Gülen, que é baseado na fé e inspirado por Fethullah Gülen. Esses seguidores são custeados por generosos anatolianos, e encorajados a abrir escolas por Gülen. O intelectual turco promove atividades educacionais, paz e diálogo por todo o mundo.
As escolas turcas, que costumavam ganhar muitos elogios das autoridades estatais, incluindo o Presidente Recep Tayyip Erdogan, receberam sua partilha de uma guerra sem tréguas e de uma campanha de difamação, lançada por Erdogan e pelo Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP), contra o Movimento Gülen, que também é conhecido com o Movimento Hizmet.
Apesar do fato de que muitas figuras do governo, e até o próprio Erdogan, terem antigamente elogiado essas escolas em múltiplas ocasiões pelo sucesso delas e pela promoção da cultura turca no exterior, Erdogan ordenou aos diplomatas turcos que trabalham em outros países a fazerem um lobby contra essas escolas nos países em que atuam, em um diálogo em 2014.
Em outro discurso em 2015, ele apelou pelo fechamento das escolas turcas no estrangeiro com comentários que atraíram criticismo generalizado.
“Nos países que visitamos estivemos conversando sobre a situação dessas escolas e afirmando que devem ser fechadas,” disse Erdogan durante uma visita à Etiópia.
Erdogan também disse que ele tem falado às autoridades africanas que o Ministério da Educação Turco está pronto para oferecer o mesmo serviço fornecido por essas escolas. “O ministério está prestes a terminar suas preparações para esse sim,” disse ele.
Traduzido por: Renato José Lima Trevisan
Fonte: www.turkishminute.com