Mercado Emergente: Turquia
Na edição 25, o Radar Móbile começou a série Mercado Emergente falando sobre a Colômbia, um país que faz fronteira com o Brasil. Agora, a publicação convida você, leitor, a viajar mais de 10 mil quilômetros até a Turquia, que tem parte de seu território na Europa e outra na Ásia.
Segundo o relatório setorial de 2013 da indústria de móveis no Brasil, divulgado pela Associação das Indústrias de Móveis do Estado do Rio Grande do Sul (Movergs), o país é o terceiro que mais importa móveis para a União Europeia (UE) – atrás apenas da China e do Vietnã -, acumulando 5% do mercado e U$ 853 milhões. Ao mesmo tempo, a Turquia também recebe 1,7% dos móveis da UE, um total de U$ 314 milhões.
Parceria com Brasil gera benefícios para os dois países
Fundada em 2011, em São Paulo, a Associação Empresarial Brasil-Turquia (ASEBT) atua com o objetivo de melhorar as relações econômicas entre os dois países. “Levamos empresas brasileiras para lá e trazemos empresas turcas para o Brasil”, comenta o secretário-geral da ASEBT, Mevlüt Emrah.
Ele conta que investidores da Turquia já estão montando lojas, fábricas e até uma escola no Brasil. “Sendo ainda pouco conhecidas pelos empresários turcos, essas oportunidades no Brasil são de aproximadamente três bilhões dólares. Tendo em vista o atual cenário, no entanto, a ASEBT prevê que dentro de cinco anos este volume de comércio aumente para dez bilhões de dólares”, afirma.
Mevlüt Emrah aposta no crescimento da economia da Turquia
Divulgação/ASEBT
Segundo Emrah, com um crescimento estável, a economia turca tem demonstrado um desempenho notável ao longo dos oito últimos anos.
Ele cita informações da Agência de Promoção e Apoio ao Investimento da Chefia do Governo da Turquia (Ispat) para falar que, através de uma estratégia macroeconômica aliada a políticas fiscais e reformas estruturais em vigor desde 2002, o país vem integrando sua economia ao mundo globalizado, algo que é acelerado pelo processo – ainda em andamento – de admissão da Turquia na União Europeia.
“Essas reformas abriram caminho para mudanças abrangentes. As principais metas eram fortalecer o papel do setor privado, aumentar a eficiência e a resistência do setor financeiro e propiciar uma base mais sólida para o sistema de seguridade social”, enumera.
O secretário também comenta as mudanças estratégicas realizadas pelo país com a crise na Europa: “O governo orientou as empresas a importarem para a África e a região árabe, assim, o país foi pouco afetado. Se a crise continuar, o crescimento do país pode parar, mas as expectativas quanto a isso estão mudando”. Emrah também aponta que, enquanto os níveis do Produto Interno Bruto (PIB) mais que triplicaram, passando de US$ 231 bilhões em 2002 para US$ 772 bilhões em 2010, o PIB per capita também cresceu, indo de US$ 3.500 a US$ 10.444 no mesmo período.
Média anual de crescimento real do PIB (%) entre 2002 e 2011
FMI World Economic Outlook e Instituto de Estatística da Turquia (Turkstat) – Abril de 2012
“Melhorias tão importantes em tão pouco tempo inscreveram a Turquia na escala econômica mundial como uma economia emergente excepcional, a 16a maior do mundo e a 5a maior economia em relação aos países da União Europeia”, afirma e completa: “Enquanto vários países têm sido incapazes de se recuperar da recessão global financeira, a Turquia cresceu 9,2 % em 2010 e 8,5 % em 2011, o que a tornou uma das economias de mais rápido crescimento na Europa”.
Além disso, a Turquia também é membro da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e Emrah acredita que deve ser o país-membro de mais rápido crescimento entre no período de 2011 a 2017, com uma taxa média anual de 6,7%.
Previsão de crescimento médio anual real do PIB (%) nos países da OCDE de 2011 a 2017
Melhora econômica atinge setor moveleiro
De acordo com Emrah, o setor moveleiro na Turquia também está em crescimento. “Os salários das pessoas estão aumentando e, por isso, elas estão montando novas casas e precisam comprar móveis”, aponta.
Ele ainda cita que o governo está apoiando reformas em casas e escritórios, aproveitando para enumerar os
segmentos que mais devem crescer:
1. Móveis para escritórios
2. Móveis residenciais
3. Cozinhas
4. Móveis para ambientes externos
5. Peças e acessórios
Crescimento do setor na Turquia (em milhões de dólares)
Fonte: Dados reunidos pela Associação Empresarial Brasil-Turquia (ASEBT)
De acordo com o relatório do BrazilGlobalNet, a balança do comércio bilateral sempre foi favorável ao Brasil e apresentou um aumento constante entre 2003 e 2007. O saldo comercial foi de U$ 279,4 milhões em 2003, atingindo U$ 483,8 milhões em 2007.
Ainda segundo o documento, a construção é um dos principais motores econômicos da Turquia, recebendo incentivos públicos e privados. Além disso, 5% da população economicamente ativa está empregada no setor de construção. Embora o país ainda não faça parte da União Europeia (UE), o pedido de entrada está em negociação há alguns anos e vários acordos já estão em vigor.
Assim, seus principais parceiros comerciais fazem parte do grupo, com destaque para Alemanha, Reino Unido, Itália e França. Fora da UE, outros países que também fazem trocas comerciais com a Turquia são Rússia, China e Estados Unidos.
Fonte: www.radarmobile.com.br