Erdogan elogia remoções à força no Gabão, promete novas operações
O presidente turco Recep Tayyip Erdogan, na terça-feira, elogiou a remoção à força de três pessoas ligadas ao Movimento Gulen feita pela Organização Nacional de Inteligência (MIT) no Gabão, dizendo que operações similares são iminentes, informou o jornal Gunes, que é pró-governo.
Osman Ozpinar, Ibrahim Akbas e Adnan Demironal foram apreendidos no Gabão em uma operação da MIT e levados para a Turquia em um jatinho particular, informou a agência estatal Anadolu no começo da terça-feira.
Em 29 de março, a MIT removeu à força seis cidadãos turcos ligados ao Movimento Gulen em Kosovo.
“O Gabão recentemente entregou três membros importantes da FETO [um termo derrogatório cunhado pelo governante Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP) para se referir ao Movimento Gulen], graças a Deus. Nós iremos para onde quer que fujam. Eles fugirão, nós seguiremos. Pegamos seis deles em Kosovo, pegamos três no Gabão. A nossa organização nacional de inteligência está seguindo eles. Veremos onde uma nova [operação] ocorrerá,” disse Erdogan durante um reunião do grupo parlamentar do seu AKP.
O incidente enviou ondas de choque por todo o mundo e em Kosovo, onde o primeiro-ministro, Ramush Haradinaj, que disse que não está sabendo da remoção dos cidadãos turcos para a Turquia, demitiu o ministro do interior e o chefe do serviço de inteligência do país por não lhe informarem sobre a prisão dos cidadãos turcos.
Maja Kocijancic, uma porta-voz da União Europeia, rechaçou a prisão e deportação de seis cidadãos turcos de Kosovo devido a suas ligações com o Movimento Gulen, dizendo que o incidente levanta questões sobre o respeito ao devido processo da lei.
Erdogan disse na sábado que o governo turco continuaria a ir atrás dos supostos seguidores do Movimento Gulen no exterior e a trazê-los de volta para a Turquia. Em um congresso do governante AKP na província de Denizli no sudoeste do país, Erdogan disse: “Cerca de 80 terroristas da FETO foram trazidos para a Turquia. Iremos atrás deles não importa para onde escapem,” acrescentando: “Como sabem, apanhamos seis membros importantes da FETO. Pegamos eles em Kosovo e trouxemos para cá.”
O Escritório do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos (EACDH) no final de março de 2018 expôs os detalhes de casos de tortura na Turquia no ano passado e exortou o governo turco a fazer cumprir sua dita política de tolerância zero à tortura.
Até agora, vários países, incluindo a Arábia Saudita, Malásia, Geórgia, Paquistão, Sudão e Mianmar entregaram acadêmicos, empresários e diretores de escola a pedido do governo turco, apesar do fato que algumas dessa vítimas já tinham status de refugiado com as Nações Unidas.
A mídia dos EUA no ano passado relatou que Fethullah Gulen, que tem vivido em um exílio autoimposto na Pensilvânia desde 1999, fazia parte de uma possível barganha entre o ex Conselheiro de Segurança Nacional de Trump, Michael Flynn, e grandes autoridades turcas. Um suposto plano que envolvia Flynn remover Gulen à força e ilegalmente em troca de milhões de dólares está sendo investigado pelo Conselheiro Especial Robert Mueller, informou o The Wall Street Journal em 10 de novembro de 2017. Michael Flynn e seu filho, Michael Flynn Jr., receberiam até 15 milhões de dólares para entregarem Gulen ao governo turco sob a suposta proposta, de acordo com pessoas com conhecimento de discussões que Flynn teve com representantes turcos durante uma suposta reunião em dezembro no 21 Club na Cidade de Nova Iorque.
Fonte: www.turkishminute.com