Trabalhadores proibidos de falar curdo em construção de Istambul
Uma empresa de construção em Istambul enviou uma carta a uma de suas empresas de subcontratação dizendo que nenhuma língua além da turca deve ser falada no local de construção.
A empresa, Yapi&Yapi, no distrito de Basaksehir em Istambul disse em sua carta que seus empregados estão desconfortáveis com outras línguas sendo faladas entre trabalhadores na construção.
A proibição da empresa, que está aparentemente focada no curdo porque a maioria dos trabalhadores da construção são do sudeste predominantemente curdo da Turquia, atraiu críticas generalizadas.
Sezgin Tanrikulu, deputado do Partido Popular Republicano (CHP), disse em uma mensagem em sua conta no Twitter: “O curdo é uma das línguas nativas dos cidadãos deste país, e ela não é uma língua ‘diferente’ e as pessoas não podem ser proibidas arbitrariamente de falar ela.”
A língua e cultura curdas têm de fato sido criminalizadas desde os primeiros anos da República Turca.
A atual Constituição da Turquia, ratificada após o golpe militar de 1980, reconhece apenas o turco como a língua oficial do país.
Até pouco tempo atrás, falar curdo em público era ilegal, e as pessoas eram presas por somente coisas como posse de uma fita cassete com músicas em curdo.
Em anos recentes, muitas restrições sobre os curdos foram afrouxadas como parte da assim chamada “Iniciativa Curda,” anunciada primeiramente pelo governo do Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP) em 2009.
Contudo, logo em seguida da tentativa de golpe militar fracassada na Turquia em 15 de julho de 2016, muitos veículos de mídia curdos foram fechados juntamente a dezenas de outros, e restrições quanto a falar curdo começaram a ser observadas novamente na vida quotidiana.
Fonte: www.turkishminute.com