Kosovo prende cinco cidadãos turcos que trabalhavam em escolas ligadas a Gulen
A polícia de Kosovo prendeu cinco cidadãos turcos que trabalhavam em um grupo de escolas afiliadas ao Movimento Gulen, que é baseado na fé, no país, que é acusado pelo presidente turco Recep Tayyip Erdogan de arquitetar uma tentativa fracassada de golpe em 2016, informou a Associated Press e a agência de notícias estatal Anadolu da Turquia na quinta-feira.
Uma fonte, que tem conhecimento das prisões mas que se recusou a ter seu nome revelado devido à operação que vem ocorrendo, contou à The Associated Press que os cinco indivíduos foram presos por causa de vistos de residência expiradas e que muito provavelmente seriam deportados para a Turquia.
As Instituições de Educação Gulistan confirmaram as prisões, dizendo que os gerentes foram levados embora de “uma forma misteriosa.”
As prisões ocorreram no começo da manhã de quinta-feira. De acordo com a polícia de Kosovo, três foram presos em Gjakova e dois em Prizren.
As Instituições Educacionais Gulistan operam quatro escolas primárias e secundárias em Kosovo. As escolas foram abertas por empreendedores turcos inspirados pelas opiniões e ideias do clérigo islâmico Fethullah Gulen, que é acusado de arquitetar o golpe fracassado em 15 de julho de 2016. Gulen, que foi o pioneiro na abertura de mais de mil instituições educacionais pelo mundo, nega fortemente qualquer envolvimento na tentativa de golpe.
Meses atrás, a polícia de Kosovo prendeu Ugur Toksoy, um educador com supostas ligações com o Movimento Gulen. Kosovo não extraditou Toksoy para a Turquia, mas o infortúnio ainda assim abalou por toda a comunidade turca de Kosovo, e alguns deles contaram a Rede de Reportagens Investigativas dos Bálcãs (BIRN) que fugiram para Kosovo esperando escapar a repressão da Turquia sobre a imprensa e indivíduos e grupos com laços com o Movimento.
Logo após à tentativa de golpe, o governo turco lançou uma repressão massiva sobre os seguidores de Gulen e prendeu mais de 50.000 pessoas de todos os setores da sociedade sob o pretexto de uma luta anti-golpe. O governo também removeu 150.000 pessoas de empregos públicos devido às suas supostas ligações com o Movimento.
De acordo com uma reportagem no site de notícias Prishtina Insight, a Instituição Educacional Gulistan confirmou que os presos são: o diretor geral Mustafa Erden. o vice-diretor Yusuf Karabina; o diretor da escola em Gjakova, Karaman Demirez; e os professores de Gjakova Cihan Oskan e Hasan H. Gunakan.
Os funcionários da escola disseram em um comunicado à imprensa que atualmente eles não sabem do paradeiro dos presos ou a razão da prisão deles. Nazmi Ulus, diretor do Colégio Mehmet Akif em Lipjan, disse que todos os que foram presos possuíam vistos de residência válidos até 2022.
“Não conseguimos pegar a informação exata com a polícia, o que suspeitamos como sendo uma razão é a pressão da Turquia sobre todos os países dos Bálcãs,” disse Ulus.
O porta-voz da polícia de Kosovo, Baki Kelani, se negou a dar mais detalhes mas confirmou que “a polícia está realizando uma operação.”
A repressão de Erdogan sobre o Movimento Gulen não está limitada à Turquia pois ele está forçando outros países onde as escolas de Gulen operam para que fechem essas escolas e deportem seus empregados. Alguns países se curvaram à pressão de Erdogan e fecharam as escolas que operavam há anos e deportaram seus empregados para a Turquia apesar de enfrentarem risco de maus-tratos e tortura.
Fonte: www.turkishminute.com