EUA ‘profundamente perturbados’ por detenções e processos arbitrários na Turquia
Heather Nauert, a porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, disse em uma coletiva de imprensa na terça-feira que os Estados Unidos estão “profundamente perturbados” pela detenção de defensores dos direitos humanos, jornalistas, líderes da sociedade civil e políticos oposicionistas na Turquia, acrescentando que os processos contra eles suscita preocupações sérias quanto à independência judicial e o devido processo no país.
“ … os Estados Unidos estão profundamente perturbados por as autoridades turcas prenderem novamente, em 1º de fevereiro, o presidente da Anistia Internacional (AI) na Turquia, Taner Kilic. Eles está em detenção preventiva desde junho de 2017. Estamos seguindo de perto seu caso, juntamente aos contra outros respeitados defensores dos direitos humanos, jornalistas, líderes da sociedade civil e políticos opositores cuja continuada ação legal sob o estado de emergência resfriou a liberdade de expressão e suscita sérias preocupações quanto ao respeito pela independência judicial e às proteções para um devido processo consagrados na constituição turca”, disse ela.
Kilic, um advogado, um membro fundador da AI da Turquia e presidente de seu conselho de diretores desde 2014, foi preso por um tribunal de Esmirna em 9 de junho como parte de uma investigação contra o Movimento Gulen, que é baseado na fé, que é acusado pelo governo turco de orquestrar um golpe fracassado em 2016. O tribunal decidiu em outubro continuar sua detenção preventiva.
O 35º Supremo Tribunal Criminal de Istambul, em 1º de janeiro, ordenou a soltura condicional de Kilic, mas ele foi detido novamente no final do mesmo dia quando um promotor apelou a soltura de Kilic ao 36º Supremo Tribunal Criminal. Em 1º de fevereiro, o 35º Supremo Tribunal Criminal de Istambul reverteu sua decisão e decidiu prendê-lo novamente.
“Exortamos o governo turco a encerrar o prolongado estado de emergência, a soltar os detidos arbitrariamente sob as autoridades de emergência e a salvaguardar o estado de direito consistentemente com as próprias obrigações e comprometimentos domésticos e internacionais da Turquia”, acrescentou Nauert.
A Turquia suspendeu ou dispensou mais de 150.000 juízes, professores, policiais e outros funcionários públicos desde julho de 2016 sob um estado de emergência declarado logo após a tentativa de golpe. O ministro do interior anunciou em 12 de dezembro de 2017 que 55.665 pessoas foram presas. No dia seguinte o Ministério da Justiça disse que 169.013 pessoas estiveram sujeitas a procedimentos legais sob acusações de golpe desde o golpe fracassado.
Fonte: www.turkishminute.com