Turquia rechaça os EUA por comentários supostamente feitos por McMaster
O Ministério das Relações Exteriores da Turquia, na quarta-feira, divulgou um comunicado de imprensa criticando observações feitas pelo Conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, H. R. McMaster, em um evento em Washington, D. C., na terça-feira, dizendo que seus comentários foram “assombrosos, sem fundamento e inaceitáveis”.
“Ficou-se sabendo com grande pesar que o Conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, H. R. McMaster, fez comentários voltados ao nosso país e governo durante seu discurso na reunião organizada por um think tank [grupo de pesquisa] ontem (12 de dezembro) em Washington, D. C..
“As alegações feitas pelo Sr. McMaster, que está em melhor posição para julgar o combate incessante da Turquia contra o terrorismo e o radicalismo em todas as suas formas e manifestações, são assombrosas, sem fundamento e inaceitáveis”, dizia a declaração.
O Tenente General McMaster era um palestrante em uma conferência que debatia “As relações entre os EUA e o RU em um mundo em mudança”, realizado na terça-feira pelo think tank britânico Policy Exchange para dar o pontapé inicial em um novo projeto anglo-americano, durante o qual ele ofereceu uma prévia da nova Estratégia de Segurança Nacional dos EUA, a ser publicada na segunda-feira.
Contudo, o ministério das relações exteriores pareceu estar reagindo a uma matéria publicada pelo The National, com sede em Abu Dhabi e que pertence à International Media Investments FZ LLC, que alegou em uma versão atualizada na quinta-feira à tarde que “o conselheiro de segurança nacional dos EUA, H. R. McMaster, condenou o Catar e a Turquia por assumirem um ‘novo papel’ como os principais patrocinadores e fontes de financiamento para a ideologia islâmica extremista que visa os interesses ocidentais”.
De acordo com o The National, depois de fazer referência ao apoio da Arábia Saudita no passado a organizações que avançam com uma ideologia islamista radical tais como caridades, madrassas e outras organizações sociais, McMaster “escolheu o Catar e a Turquia como os principais apoiadores no presente. ‘[Isso] é agora feito mais pelo Catar, e pela Turquia’,disse ele”.
Ele também supostamente identificou o governante Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP) com a Irmandade Muçulmana. “Ao operar através da sociedade civil, eles consolidam poder através de um partido, infelizmente isso é um problema que está contribuindo para o desvio para longe do Ocidente” disse ele, de acordo com o The National.
O The National fica nos Emirados Árabes Unidos, que, juntamente à Arábia Saudita, Bahrain e Egito cortaram os laços com o Catar em 5 de junho por alegações de que ele financia grupos terroristas, uma acusação negada por Doha. A Turquia tem sido uma forte defensora do Catar e atualmente tem uma base militar e tropas mobilizadas perto da capital do Catar.
Os comentários como foram relatados pelo The National não puderam ser confirmados pois nenhuma transcrição ou vídeo foi feito pelo Policy Exchange da conferência, de acordo com sua assessoria de imprensa, e nenhuma outra agência de notícias parece ter citado diretamente a McMaster como mencionando tanto a Turquia quanto o Catar.
O Ministério das Relações Exteriores da Turquia concluiu sua declaração dizendo: “Esperamos que os Estados Unidos, que continuamos a reconhecer como nosso amigo e aliado, demonstre a mesma posição com o nosso país, para cessar todas as formas de cooperação com grupos terroristas, tais como o YPG, e fornecer um apoio mais concreto e efetivo em nossa contínua luta determinada contra o terrorismo e o radicalismo em linha com os nossos laços tradicionais de aliança e legitimidade internacional”.
Fonte: www.turkishminute.com