Zarrab diz que retomou a violação das sanções por ordem de Erdogan
Reza Zarrab, um comerciante turco-iraniano de ouro, uma testemunha chave da promotoria no julgamento em Nova Iorque de um banqueiro turco acusado de violar as sanções americanas sobre o Irã, na quinta-feira, disse que retomou a violação das sanções por ordem do então Primeiro-Ministro Recep Tayyip Erdogan, de acordo com Ihan Tanir, um jornalista turco logo após o caso em Nova Iorque.
Zarrab confirmou a existência de mensagens de texto a seus advogados na Turquia que diziam que havia reiniciado a violação das sanções dos EUA sobre o Irã em junho de 2014 por ordem de Erdogan e seu cunhado e atual ministro das energias, Berat Albayrak, depois que foi solto de uma prisão turca em 28 de fevereiro de 2014, informou Tanir.
Zarrab e oito outras pessoas, incluindo o antigo ministro da economia da Turquia e três executivos do Halkbank, foram acusados de se envolverem em transações no valor de centenas de milhões de dólares para o governo do Irã e entidades iranianas de 2010 a 2015 em um esquema para evadir as sanções dos EUA.
O comerciante de ouro estava sendo mantido em uma prisão de Nova Iorque aguardando julgamento, mas disse hoje que foi removido depois que um outro detento puxou uma faca e tentou matá-lo por cooperar com os promotores, parte de um acordo de apelo acordado por Zarrab a para diminuírem sua sentença na prisão.
Zarrab era o principal suspeito em uma grande investigação de corrupção na Turquia que se tornou pública em dezembro de 2013 e que envolveu o círculo interno do governo do Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP) e o então Primeiro-Ministro Erdogan. Supõe-se que Zarrab pagou propinas a funcionários do Gabinete e de bancos para facilitarem transações que beneficiassem o Irã.
Depois que Erdogan colocou o caso como uma tentativa de golpe para derrubar seu governo orquestrada por seus inimigos políticos, vários promotores foram removidos do caso, policiais foram transferidos e a investigação contra Zarrab foi abandonada na Turquia.
O comerciante turco-iraniano de ouro, na segunda-feira, contou ao tribunal de Nova Iorque que fez os pagamentos para assegurar sua soltura em fevereiro de 2014 e que esses pagamentos eram em parte propinas.
Zarrab, que foi preso nos EUA em março de 2016, depôs em tribunal federal na semana passada que havia pagado propina ao ex-ministro da economia da Turquia, Zafer Caglayan, em uma esquema de bilhões de dólares para contrabandear ouro por petróleo em violação das sanções americanas sobre o Irã.
Zarrab disse que Erdogan autorizou pessoalmente o envolvimento de bancos turcos no esquema para evadir as sanções dos EUA sobre o Irã.
Zarrab também disse pela primeira vez que os bancos Ziraat Bank e VakifBank da Turquia estavam envolvidos no esquema e que o ex-vice Primeiro-Ministro Ali Babacan assinou embaixo com Erdogan na operação.
Enquanto que Zarrab revelou suas táticas e cúmplices dentro do governo turco na violação das sanções americanas no Irã no tribunal de Nova Iorque, o Presidente Erdogan disse na terça-feira que o caso era uma tentativa internacional de golpe contre a Turquia.
Fonte: www.turkishminute.com