Mike Flynn recebeu uma oferta de 15 milhões da Turquia por Gulen
Michael Flynn, ex-conselheiro de segurança nacional, e seu filho discutiram o suposto complô com representantes turcos, informaram a NBC News e o Wall Street Journal.
Seu advogado denunciou as alegações como “ultrajantes” e “falsas”.
Diz-se que a questão emergiu em uma investigação do departamento de justiça sobre a suposta interferência russa na eleição americana.
O Sr. Flynn deixou seu cargo depois de iludir a Casa Branca sobre uma reunião com um enviado russo antes de o Presidente Donald Trump assumir o gabinete em janeiro.
O suposto complô para remover o clérigo, Fethullah Gulen, foi revelado pela primeira vez em março de 2017 pelo antigo diretor da CIA, James Woolsey.
O governo turco acusa o Sr. Gulen, que vive no estado americano da Pensilvânia, de estar por detrás do golpe fracassado do ano passado.
Ele é visto como o principal rival político do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, que já pediu repetidas vezes a extradição do Sr. Gulen dos EUA.
De acordo com o Wall Street Journal, a investigação do conselheiro especial Robert Mueller está focando em uma reunião no meio dezembro entre o Sr. Flynn e autoridades turcas em Nova Iorque.
O Sr. Flynn supostamente falou sobre fazer com que o Sr. Gulen fosse transportado em um jatinho particular para a ilha prisional turca de Imrali.
O Sr. Flynn estava servindo na equipe de transição da Casa Branca durante a suposta reunião, que ocorreu um mês antes de ele ter se juntado à administração de Trump.
Ele também se encontrou com representantes turcos em setembro do ano passado, de acordo com o Sr. Woosley, um membro do conselho para a consultoria do Sr. Flynn.
O Sr. Woolsey contou anteriormente à CNN que em setembro, que “um ou mais dos americanos presentes sugeriu fortemente na reunião que conseguiríamos, os Estados Unidos conseguiriam, através deles, ser capaz de apanhar Gulen”.
A NBC informou que investigadores federais também estão vendo se o Sr. Flynn tentou defender o retorno do Sr. Gulen para a Turquia durante seu tempo como conselheiro de segurança nacional da Casa Branca.
O advogado do Sr. Flynn não respondeu imediatamente a um pedido da BBC para comentar. Contudo, um dos seus advogados, Robert Kelner, mais tarde emitiu uma declaração dizendo que, como uma regra, eles haviam evitado responder a rumores e alegações da mídia.
“Mas o ciclo de notícias de hoje trouxe alegações sobre o General Flynn, indo de sequestro a propina, que são tão ultrajantes e prejudiciais que estamos fazendo uma exceção para a nossa regra de costume: elas são falsas”.
Um porta-voz de sua empresa também já negou anteriormente que ele discutiu quaisquer ações ilegais com os turcos.
O Sr. Flynn foi o primeiro assistente na Casa Branca do Sr. Trump a renunciar, após apenas 23 dias no trabalho.
O tenente general aposentado tinha admitido mentir para o Vice-Presidente Mike Pence sobre uma reunião com o embaixador russo em que a suspensão de sanções dos EUA foi discutida.
O Sr. Flynn também não se registrou como um lobista do governo turco enquanto buscava o certificado de segurança da Casa Branca.
Em 2016, sua empresa de consultoria Flynn Intel Group recebeu 530.000 dólares para fazer lobby em nome do governo turco – trabalho que exigiu que ele registrasse como “um agente estrangeiro”.
Seu advogado mais tarde disse que o Sr. Flynn não havia se registrado porque estava trabalhando para um empresário turco, em vez de uma autoridade do governo.
Os investigadores também estão averiguando as ações de seu filho, Michael Flynn Júnior, que trabalhou de perto com ele no Flynn Intel Group.
A NBC News e o The Wall Street Journal também informaram que o Sr. Flynn e o paricipantes da reunião haviam discutido um jeito de libertar o comerciante de ouro turco-iraniano Reza Zarrab, que está em uma cadeia nos Estados Unidos sob acusações de evadir as sanções americanas sobre o Irã.
Fonte: https://www.bbc.co.uk/