Erdogan ataca Diyanet por se atrasar na luta contra o Movimento Gülen
Recep Tayyip Erdogan, o autocrático presidente da Turquia, criticou o Diretório de Assuntos Religiosos (Diyanet) da Turquia por se atrasar na luta contra o Movimento Gülen, que é baseado na fé, que culpa seus membros por estarem por detrás de uma controversa tentativa de golpe no ano passado.
Durante um evento organizado pelo Diyanet em Istambul no sábado, Erdogan disse que o principal órgão religioso foi notificado várias vezes de atividades do Movimento Gülen mas “os esforços foram atrasados,” especialmente no leste e sudeste do país.
De acordo com Erdogan, o Movimento Gülen usou de fraquezas no sistema de educação turco e abriu escolas e dormitórios na parte do leste e sudeste do país para influenciar as pessoas que vivem lá.
“Eu gostaria de dizer que o nosso Diyanet tem deficiências sérias nessa questão. Demos esse aviso nas praças incontáveis vezes e transmitimos eles em nossas reuniões particulares. Foi espacialmente tarde nos esforços no leste e sudeste,” disse também ele.
Em 31 de julho, Mehmet Görmez, o diretor do Diyanet, anunciou que havia se aposentado, o que disparou especulações na mídia turca.
De acordo com o noticiário diário do Hürriyet, a aposentadoria de Görmez foi o resultado de problemas vivenciados entre ele e Numan Kurtulmuş, o Ministro da Cultura.
Fontes disseram que Görmez teve desavenças com Kurtulmuş, que anteriormente foi um vice primeiro-ministro encarregado do Diyanet.
“Görmez trabalhou como se fosse o chefe de uma instituição diretamente conectada ao Presidente Erdogan por sete anos, de acordo com as fontes. Isso criou problemas depois que Kurtulmuş se tornou [responsável pelo] Diyanet, apesar de que isso não foi uma questão com vice-ministros anteriores [que supervisionaram] o órgão religioso,” disse o noticiário diário Hürriyet.
Görmez também foi atacado na mídia pró-governo por não lutar o suficiente contra o Movimento Gülen.
Apesar de que Fethullah Gülen, erudito islâmico turco radicado nos EUA, que é a inspiração para o Movimento Gülen, também conhecido com Hizmet, rejeitou qualquer envolvimento na tentativa de golpe, Erdogan e o governo turco lançaram uma ampla caça às bruxas contra seguidores do Movimento que levou a demissão de mais de 146.000 pessoas, que perderam seus empregos, detenção para mais de 125.000 e prisão para ao menos 55.000. (turkishminute.com)
Fonte: https://stockholmcf.org/