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  • Comunidade jurídica indignada enquanto tribunal turco ignora decisão da CEDH sobre professor Advogados e especialistas jurídicos na Turquia e no exterior expressaram choque e decepção com a decisão de um tribunal local na quinta-feira, que novamente condenou um ex-professor por terrorismo, apesar de o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos (CEDH) ter constatado uma violação de seus direitos fundamentais em sua condenação em uma decisão do ano passado....
  • Turquia busca aprovação dos EUA para comprar motores de aviação da GE para jatos militares, diz relatório A Turquia pediu aos EUA permissão para comprar motores da GE Aerospace que pretende usar em jatos militares fabricados localmente, informou a BNN Bloomberg, com sede em Toronto, citando autoridades turcas familiarizadas com o assunto....
  • Turquia condena o roteiro de cooperação em defesa entre Chipre e EUA A Turquia criticou fortemente o acordo de defesa entre EUA e Chipre, alegando que prejudica a neutralidade e a segurança na ilha dividida, onde negociações de paz estão paralisadas desde 2017....
  • Nova aliança entre Egito e Turquia é testada por nova crise na Líbia A recente reaproximação entre Egito e Turquia está sendo desafiada pela crise política na Líbia, centrada no controle das riquezas petrolíferas do país. A destituição do governador do banco central líbio, Sadiq al-Kabir, que se exilou na Turquia, criou um impasse que ameaça o funcionamento econômico do país. Apesar dos acordos comerciais assinados por Sisi e Erdoğan, os países discordam sobre a política na Líbia: enquanto a Turquia apoia o governo de Trípoli, o Egito apoia Khalifa Haftar, no leste. A crise sobre a gestão das reservas petrolíferas e a estabilidade política da Líbia se tornou um teste crítico para esta nova aliança entre Egito e Turquia, com potenciais implicações na segurança regional e na migração. A comunidade internacional, preocupada com a estabilidade na Líbia, pressiona por uma solução consensual para evitar um colapso econômico e político....
  • Turquia busca fortalecer cooperação militar com a Macedônia do Norte, aumentando exercícios conjuntos Turquia e Macedônia do Norte intensificam cooperação militar com foco em exercícios conjuntos A Turquia planeja fortalecer sua cooperação militar com a Macedônia do Norte, conforme anunciado pelo Ministro das Relações Exteriores turco, Hakan Fidan, durante visita a Skopje em 5 de setembro. Os países realizarão mais treinamentos e exercícios conjuntos, com apoio da indústria de defesa turca. Em paralelo, ocorreu a inauguração do escritório da Aselsan nos Balcãs. A Macedônia do Norte também explora a compra de equipamentos militares, como drones, da Turquia, após sua adesão à OTAN em 2020. A colaboração militar surgiu após desafios diplomáticos, com a Turquia insistindo na extradição de críticos do governo turco no passado....
  • Família de Erdogan saqueou dinheiro do petróleo russo em uma fraude massiva, provocando a ira de Putin Um esquema de fraude envolvendo a família do presidente turco Recep Tayyip Erdogan e o petróleo russo foi exposto, levando à ira do presidente russo Vladimir Putin. A trama, que teria movimentado centenas de milhões de dólares, utilizava uma empresa fachada na Turquia, Mostrade, para comercializar petróleo russo sancionado. Mustafa Yiğit Zeren, ligado à família Erdogan, desempenhou um papel central no esquema, que envolveu desvio de lucros e a criação de empresas de fachada para movimentar bilhões. A resposta russa incluiu processos judiciais e até ações extremas para recuperar o valor fraudado. Com o cerco se fechando, Zeren desapareceu, temendo represálias. Esta fraude abalou as relações entre Rússia e Turquia, mostrando a gravidade das sanções e a resposta russa a violações financeiras. ...
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A Reação do Iraque e da Turquia ao Resultado do Referendo da Independência no Curdistão

A Reação do Iraque e da Turquia ao Resultado do Referendo da Independência no Curdistão
outubro 02
08:33 2017

Em 25 de setembro último foi realizado o referendo, pelos curdos do Iraque, em busca da independência. A votação ocorreu na região autônoma, ao Norte do país, nas províncias de Erbil, Solimaina e Duhok. Os curdos estão espalhados por quatro países, o Iraque, a Síria, a Turquia e o Irã, formando um contingente populacional de aproximadamente 35 milhões de pessoas. Pode-se dizer que este povo tem a maior população sem pátria do planeta. Vítima de perseguições e massacres por parte dos Governos locais, há bastante tempo eles lutam pela liberdade e pela construção do seu próprio Estado. Historicamente, os curdos têm sido “joguetes” nas mãos de potências regionais, cujo destino, no passado e no presente, tem sido traçado de acordo com os interesses de poderes locais ou internacionais.

O Tratado de Sèvres, assinado em 1920, pelos aliados da Primeira Guerra Mundial e o Império Otomano, previa um Curdistão autônomo mas, na sequência dos acontecimentos, nem sequer chegou a ser ratificado pela Turquia. O Movimento Nacional Turco recusou tal acordo e, com a chegada de Mustafa Kemal Atatürk ao poder e a fundação da República Turca, em 1923, as “potências mudaram de opinião”. No ano seguinte, por meio do Tratado de Lausanne, a autonomia curda sofreu um retrocesso na medida em que a possibilidade de um Curdistão autônomo deixou de existir e foi substituída pela divisão dos territórios curdos pela Turquia, Iraque, Síria e o Irã. Desde então, a etnia curda forma uma minoria dentro destes países e é combatida na tentativa de inviabilizar a sua autonomia. O referendo da independência do Curdistão aumentou a tensão, não somente no Iraque, mas nos demais países com presença curda. A vitória expressiva do “Sim” a favor da independência (92,73%) e a importante participação popular, que chegou aos 72,16%, gerou desconforto por parte daqueles que são contrários à independência dos curdos. O impacte do resultado deste referendo foi sentido principalmente pelo Iraque, pela Turquia e pelo Irã e, de certo modo, também deixou as potências ocidentais em estado de alerta.

Na quarta-feira passada, o primeiro-ministro iraquiano, Haider al-Abadi, exigiu a anulação do resultado do referendo por considerar um perigo para os iraquianos. Em tom de ameaça, o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdoğan, afirmou que as autoridades curdas do Iraque “vão pagar um preço” pela realização do referendo, ignorando a oposição dos países vizinhos. O Ministério da Defesa do Iraque comunicou recentemente que pretende retomar o controle da fronteira da região autônoma por meio de uma coordenação conjunta com a Turquia e o Irã. Neste contexto, o parlamento iraquiano propôs que o Governo central assuma o controle dos poços de petróleo que estão sob a administração do Governo regional. Os EUA já se manifestaram pelo não reconhecimento do resultado do pleito realizado pelos curdos, assinalando a defesa de um “Iraque unido, federal, democrático e próspero”. A posição dos EUA, assim como de outras potências como a França, o Reino Unido e a Alemanha, já era conhecida pela recusa da realização do referendo sob a justificativa de que é necessário manter a unidade do Iraque no combate ao Estado Islâmico e que os curdos são o destaque nesta empreitada. A análise das declarações dos diferentes países quanto ao resultado do referendo do Curdistão iraquiano, mostra o distanciamento existente entre a disputa ideológica dos curdos e dos poderes constituídos, a par da defesa de interesses regionais e estrangeiros que se colocam acima da democracia e do direito de autodeterminação de um povo que tem uma cultura e uma língua próprias e que luta por um território no qual possa construir um país a partir da sua identidade.

Marli Barros Dias

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Imagem:

Curdos celebram o resultado do referendo da independência do Curdistão em 25/09/2017.

(Fonte):

https://abrilexame.files.wordpress.com/2017/09/2017-09-25t150105z_1537133617_rc13b2a641c0_rtrmadp_3_mideast-crisis-kurds-referendum-e1506621025348.jpg?quality=70&strip=info&w=1000&h=666&crop=1

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Publicado em: http://www.jornalri.com.br

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