Putin diz que a Rússia está pronta para vender sistemas S-400 para a Turquia
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse na quinta-feira que Moscou está pronta para vender seus sistemas de defesa aérea S-400 para a Turquia, acrescentando que ele discutiu o problema com o presidente turco Recep Tayyip Erdogan, informou a RT.
“Nós discutimos a possibilidade de vender S-400s [para a Turquia]. Estamos prontos para isso”, disse Putin em resposta a uma pergunta de um repórter turco no Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo (SPIEF).
“Estamos prontos para entregar esses sistemas novíssimos e muito eficientes. O presidente Erdogan e os militares de nossos países estão cientes disso”.
Em abril, o ministro turco da Defesa, Fikri Isik, disse: “O trabalho e as conversações sobre o S-400 chegaram ao estágio final agora. Existem processos relacionados em curso tanto na Turquia como na Rússia. Um passo importante para um acordo final foi tomado”.
“Você [OTAN] não compartilha tecnologia e responde às pedidos de produção conjunta, nem apresenta uma oferta financeiramente eficaz. Portanto, você não está em posição de dizer: ‘Não compre um sistema que não seja da OTAN’”, acrescentou Isik.
Falando sobre a cooperação entre Moscou e Ancara na montagem dos sistemas de defesa na Turquia, Putin disse que depende da prontidão da indústria de manufatura local.
“No momento, não produzimos esses sistemas no exterior”.
Atualmente, a Rússia e a Índia estão produzindo conjuntamente o míssil hipersônico Brahmos, mas esses projetos requerem investimentos maciços em tecnologias e recursos humanos, disse o presidente.
“Mas, em geral, nada é impossível”, acrescentou Putin, informou a RT.
A declaração de Putin veio em meio à tensão entre a Turquia e os países da União Europeia sobre o modo de fazer política da Erdogan.
Dezoito países da UE e o Canadá vão lutar pela Bélgica para sediar a cúpula da OTAN de 2018 em vez da Turquia, de acordo com um relatório no jornal alemão Die Welt na quarta-feira.
O presidente Erdoğan convidou os líderes dos países-membros da OTAN para Istambul para a cúpula de 2018 durante sua reunião em Varsóvia em julho de 2016.
“Não queremos reforçar as credenciais internacionais da Turquia e [queremos] evitar a impressão de que a OTAN apoia a política interna do governo turco”, disse um diplomata de alto escalão da OTAN a Die Welt.
As tensões acentuaram-se no início deste ano, quando alguns países e cidades europeus impediram que funcionários do governo turco fizessem campanha dentro de suas fronteiras para um referendo constitucional turco projetado para ajudar a impulsionar os poderes de Erdoğan.
Em resposta, Erdogan acusou a Europa de conduzir “práticas nazistas” e ameaçou retirar o acordo da Turquia com a UE, com o objetivo de evitar que migrantes chegassem às margens europeias.
Além disso, a Turquia também impediu deputados alemães de visitar tropas alemãs estacionadas na base aérea da OTAN em Incirlik, no sul da Turquia.
Fonte: www.turkishminute.com