Estudo revela o horrível padrão de discurso de ódio de Erdogan
Os sentimentos xenofóbicos para com minorias, grupos vulneráveis, figuras de oposição e estrangeiros na Turquia de hoje estão sendo carregados pelo autoritário líder do país, Recep Tayyip Erdogan, que vomita discurso de ódio efetivamente todo dia, suscitando discriminação e estigmatização de milhões de pessoas na Turquia e por todo o mundo.
Erdogan fica fomentando ódio de uma maneira sistemática e deliberada quando ataca seus opositores, deixando um exemplo para seus seguidores para amplificarem a nociva narrativa. Em muitos casos, grupos étnicos e sociais já marginalizados na Turquia estão sendo martelados por capangas que emulam o padrão de comentários abomináveis de Erdogan.
Curdos, alevitas, os membros do movimento Gulen, cristãos, judeus, estrangeiros e muitos outros, declarados como párias e inimigos por Erdogan em um momento ou em outro, receberam sua parte de ataques verbais amargos de Erdogan e seus associados. A mídia controlada pelo governo perpetuou esse ódio ainda mais com matérias falsas e fabricadas, amplificadas e transmitidas para uma audiência maior.
O aspecto mais preocupante dessa campanha é que ela resultou em consequências reais através do aumento de crimes de ódio tais como ataques de justiceiros no caso de turistas quando Erdogan atacou outros países. E ainda mais, isso levou à justificação da tortura e abuso de vítimas por funcionários do governo em detenções e prisões porque eles foram declarados como párias pelo funcionário número um da nação no topo.
“Erdogan representa o mais eficiente perpetrador de discurso de ódio na Turquia de hoje e ele atua com completa impunidade”, disse Abdullah Bozkurt, o presidente do Stockholm Cente for Freedom (SCF).
“Com o estado de direito não mais existindo no país, as difamações debilitantes e horríveis de Erdogan que marginalizam milhões conseguem um passe livre”, acrescentou ele.
O SCF analisou os discursos públicos de Erdogan feitos nos últimos três anos para descobrir um padrão e identificar insultos e narrativas de ódio que atacavam o movimento Gulen como um estudo de caso. Esse movimento civil pacífico recebeu o ataque mais pesado das palavras mais ofensivas de Erdogan, tais como “terroristas”, “traidores”, “vampiros”, “sanguessugas”, “tumor” e “vírus”, etc.
Depois de desenvolver um vocabulário único de 240 difamações e insultos que se concentraram no movimento Gulen, Erdogan acabou declarando que os participantes do movimento “não possuem direito à vida”.
Quando comparado a outros grupos ou países alvos de Erdogan, palavras incrivelmente similares foram usadas. Os ataques sem descanso conda a Santa Sé, especialmente o Papa, a Holanda e a Alemanha durante a campanha do referendo em março e abril se parecem muito com a narrativa que Erdogan empregou contra o movimento Gulen.
Ao fazer isso, Erdogan e seus amigos não apenas violam as leis turcas mas também infringem os compromissos assumidos pela Turquia com as convenções internacionais. O SCF apela à Turquia que enfrente o ódio e o preconceito que não mais se deteriora na escuridão mas cresce rapidamente em um espaço público aberto livremente e sem qualquer impedimento. Isso pode romper o tecido social da Turquia e acabar destruindo a sociedade turca, atingindo também outros países que hospedam grandes comunidades muçulmanas e turcas.
É hora dos parceiros e aliados internacionais da Turquia confrontarem o comportamento valentão do presidente turco e dizer-lhe que seu comportamento não mais será admitido e tolerado.
Fonte: http://stockholmcf.org