Acordo entre Rússia, Irã e Turquia em relação a Síria preocupa o Governo dos EUA
Na última quinta-feira, dia 4, foi firmado entre Rússia, Irã e Turquia um acordo chamado “zonas de descalcificação”, que visa cessar os conflitos na Síria, começando em quatro áreas: a província de Idlib; Ghouta Oriental; um distrito sitiado da cidade controlada pelo Governo de Homs, 100 milhas ao norte de Damasco; e a região que fica ao sul da fronteira da Síria com a Jordânia, onde os Estados Unidos (EUA) estão apoiando as forças rebeldes contra militantes do Estado Islâmico.
O acordo entre as três potências foi realizado em Astana, capital do Cazaquistão, e propôs um cessar-fogo entre o Governo e as forças rebeldes a partir do sábado passado, dia 6. Dado isso, os métodos de demarcação do território seriam por intermédio de postos de controle supervisionados pelos três países.
Antes do acerto, na terça-feira, 2 de maio, o presidente Donald Trump e Vladimir Putin conversaram pela primeira vez ao telefone após o lançamento de misseis dos EUA à Síria no início do mês de abril, em reposta ao ataque químico naquele país. Durante o telefonema, ambos os presidentes concordaram que “o sofrimento na Síria durou muito tempo e que todas as partes envolvidas devem fazer tudo o que puderem para acabar com a violência”. A informação foi fornecida por meio de um comunicado da Casa Branca.
A Porta-Voz do Departamento de Estado dos EUA, Heather Nauert, afirmou que os EUA, mesmo não tendo participação direta com o que foi combinado, apoiam qualquer esforço em favor do fim da violência e da guerra na Síria, no entanto, o envolvimento do Irã ainda é uma preocupação para os norte-americanos, visto que, conforme foi divulgado no The Washington Post, “As atividades do Irã na Síria só contribuíram para a violência e não para o impedimento da mesma”. Além disso, a Porta-Voz completou dizendo que o apoio incondicional do Irã ao regime de Assad “perpetuou a miséria dos sírios comuns”.
A Organização das Nações Unidas (ONU), por meio do enviado especial Staffan de Mistura, também saudou o acordo entre os três países, e declarou que este é mais um passo para a trégua na Síria. Contudo, analistas internacionais alertam para um possível intuito subjacente a este acerto, baseados nas provisões de garantia dos próprios interesses do Irã, Rússia e Turquia no território Sírio.