Premiê turco adverte a Europa sobre referendo: Não se intrometa!
O Primeiro-Ministro Binali Yildirim disse hoje que a Europa não deve interferir no referendo em 16 de abril que expandirá os poderes do Presidente Recep Tayyip Erdogan
Durante um comício na província Karaman hoje, Yildirim disse que a Europa deveria “cuidar da sua própria vida”.
“Nós, como Turquia, não temos problemas com ninguém. Mas, não vamos dar um OK aos que querem criar uma crise. Estou advertindo a Europa, não interfira em nossas questões domésticas, cuidem da própria vida. Todos devem saber o seu lugar. É assunto seu deixar o PKK [Partido dos Trabalhadores do Curdistão] organizar protestos [na Europa]? É assunto seu aceitar a FETO [um termo derrogatório e acrônimo para ‘Organização Terrorista de Fethullah Gulen’, cunhada por autoridades turcas para se referirem ao Hizmet, movimento baseado na fé e inspirado nas ideias de Fethullah Gulen, e seus seguidores, que são acusados de estarem por detrás de um golpe fracassado no verão passado]?”
As relações da Turquia com vários países europeus recentemente se ficaram desgastadas devido ao cancelamento de comícios que seriam realizados por ministros turcos para buscarem apoio de expatriados turcos para o referendo na Turquia em 16 de abril que expandirá os poderes de Erdogan e transformará a Turquia em uma presidência executiva.
A Turquia sobreviveu a uma tentativa de golpe militar em 15 de julho de 2016 que matou mais de 240 pessoas e feriu mais de mil outras. Imediatamente após a tentativa de golpe, o governo do AKP juntamente ao Presidente Recep Tayyip Erdogan colocaram a culpa sobre o movimento Gulen, apesar da falta de qualquer evidência nesse sentido.
Apesar de o Hizmet negar fortemente ter qualquer papel na tentativa de golpe, o governo acusa ele deter arquitetado o golpe frustrado. Fethullah Gulen, que inspirou o movimento, clamou por uma investigação internacional sobre a tentativa de golpe, mas o Presidente Erdogan – chamando a tentativa de golpe de “um presente de Deus” – juntamente ao governo iniciaram um amplo expurgo com o objetivo de limpar os simpatizantes do movimento de dentro das instituições estatais, desumanizando suas figuras populares e colocando-as sob custódia.
Mais de 135.000 pessoas, incluindo milhares entre os militares, foram expurgados devido à sua conexão real ou suposta com o Hizmet desde a tentativa de golpe, de acordo com uma declaração feita pelo ministro do trabalho em 10 de janeiro.
Fonte: www.turkishminute.com