General golpista admite envolvimento no golpe, nega ligação com Gulen
O Brigadeiro General Sahin Sonmezates, que supostamente ordenou que um grupo de soldados fosse até um hotel na província de Mugla, onde o presidente turco Recep Tayyip Erdogan estava ficando na noite da tentativa fracassada de golpe em julho passado. O general disse em uma audiência hoje que admite seu crime, mas nega quaisquer ligações com o Hizmet, movimento inspirado nas ideias do erudito islâmico e ativista da paz e da educação Fethullah Gulen.
Durante seu julgamento em Mugla, Sonmezates, o chefe da equipe que supostamente tinha o objetivo de assassinar Erdogan, disse: “Eu sei do que estou falando e admito o meu crime, mas não sou um gulenista. Se eles prometessem me soltar em troca de admitir ser um gulenista, eu preferiria ficar preso por 90.000 anos, mas eu ainda não admitiria a traição de ser um gulenista”.
Em sua defesa, o brigadeiro general se referiu ao Hizmet pela mesma abreviação que o governo usa, “FETO”, um termo pejorativo para rotular o movimento como uma organização terrorista.
Admitindo seu envolvimento no golpe, o soldado declarou suas preocupações com a segurança devido aos grandes protestos no lado de fora da sala do tribunal. “O próximo passo será atirar na gente – todos se parecem com viciados”, disse Sonmezates se referindo aos manifestantes no lado de fora da sala do tribunal que supostamente tentaram atacar os suspeitos de golpe enquanto entravam no prédio. Ele também disse que preferiria ser julgado enquanto estava detido e não estava pedindo para ser solto.
Enquanto isso, uma multidão no lado de fora jogava ovos e gritava em cima dos suspeitos. A polícia parou alguns dos manifestantes que queriam pular as barreiras e atacar os suspeitos de golpe. A multidão também entoou slogans em favor da pena capital e rasgou em pedaços pôsteres com a foto do erudito muçulmano Fethullah Gulen.
O governo acusa (sem provas ou sequer evidências) de ter arquitetado o golpe, enquanto que Gulen nega qualquer envolvimento e clamou por uma investigação internacional sobre o incidente.
Um relatório preparado pelo Centro de Análise de Inteligência (IntCen) da União Europeia revelou que apesar de o presidente turco Erdogan e o governo turco terem colocado imediatamente a culpe pela tentativa de golpe fracassada de 15 de julho do ano passado no Hizmet, a tentativa de golpe foi montada por uma gama de oponentes de Erdogan devido a temores de um expurgo iminente, de acordo com uma reportagem do jornal The Times em janeiro.
Vários observadores da Turquia afirmam que o golpe pode até ter envolvido oficiais simpatizadores de Gulen e do Hizmet entre os militares, apesar de não ser possível isso ter sido a força que impulsionou e dirigiu a tentativa.
Fonte: www.turkishminute.com