Presidente da comissão do Nobel diz que a Turquia é a maior prisão do mundo para intelectuais
Per Wästberg, escritor sueco veterano e presidente da comissão do Prêmio Nobel de Literatura, disse que a Turquia se tornou a maior prisão de intelectuais e jornalistas, pois 151 jornalistas estão atrás das grades de acordo com uma reportagem da PEN Internacional.
Falando ao jornal espanhol El País depois de visitar Istambul como parte de uma delegação da PEN Internacional em solidariedade a 151 jornalistas e escritores atualmente em prisões turcas, Wästberg expressou preocupação com a repressão que o governo turco está fazendo contra dissidentes, ao prender inclusive jornalistas e escritores, e rotulando-os como terroristas.
Explicando a atitude do governo turco do Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP) como “mania inexplicável”, Wästberg disse que esses milhares de pessoas críticas ao governo, que foram presas logo após o golpe fracassado em julho passado, não são terroristas mas eles simplesmente expressaram seus ponstos de vista de oposição ao governo do AKP.
Wästberg, que também foi o presidente da PEN Internacional de 1979 a 1986, disse que os intelectuais turcos que encontrou em Istambul, tal como o vencedor do Nobel Orhan Pamuk e o compositor Zulfu Livaneli, estão tristes com a situação na Turquia e não veem esperança no futuro próximo.
Destacando que as alegações de algumas autoridades do governo que encontrou durante a visita não são convincentes, Wästberg disse: “A Turquia se transformou em um país kafkaesco. É absolutamente absurdo rotular tantas pessoas como terroristas”.
Ele também acrescentou que o sistema judicial na Turquia não funciona pois a constituição não é respeitada e as pessoas não confiam umas nas outras.
Fonte: www.turkishminute.com