Visita da premiê britânica Theresa May à Turquia deve focar no comércio e segurança
Theresa May, a Primeira-Ministra britânica, está iniciando sua viagem de dois dias à Turquia no sábado focando no comércio e questões de segurança apesar da repressão do presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan e do governo do Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP) contra a dissidência que se iniciou logo após o golpe fracassado de 15 de julho do ano passado.
Uma porta-voz do Gabinete da Primeira-Ministra britânica disse na sexta-feira que se espera que May e Erdogan anunciem que estabeleceram um grupo de trabalho para discutir as possibilidades de um novo acordo de comércio bilateral depois da Brexit.
“Sobre as questões de liberdade de imprensa e direitos humanos, se elas surgirem, ela declarará seu ponto de vista, que está inalterado. Ela tem sido clara sobre a importância da liberdade de imprensa e dos direitos humanos”, reproduziu assim o jornal britânico The Guardian o que a porta-voz dizia.
Quando lhe perguntaram se May criticaria a repressão, a porta-voz disse: “Nós já expressamos nosso forte apoio à democracia e instituições da Turquia logo após o golpe – mas também fomos claros que exortamos a Turquia a assegurar que sua resposta seja proporcional, justificada e alinhada com as obrigações aos direitos humanos internacionais”.
A Turquia sobreviveu a uma tentativa de golpe militar em 15 de julho de 2016 que matou mais de 240 pessoas e que deixou feridas mais de mil outras. Erdogan e o governo turco imediatamente, sem provas nem sequer evidências, colocaram a culpa da tentativa de golpe no movimento Gulen, que é baseado na fé.
Negando fortemente ter qualquer papel na tentativa de golpe, Fethullah Gulen, cujas ideias inspiraram o movimento Gulen, clamou por uma investigação internacional sobre a tentativa de golpe, mas o Presidente Erdogan – chamando a tentativa de “um presente de Deus” – e o governo iniciaram um amplo expurgo com o objetivo de limpar os simpatizantes do movimento de dentro das instituições estatais, desumanizando suas figuras populares e colocando-as sob custódia.
Mais de 135.000 pessoas foram expurgadas das órgãos estatais, já passando de 90.000 foram detidas e acima de 43.000 foram presas desde a tentativa de golpe. Entre os presos estão: jornalistas, juízes, promotores, policiais, militares, acadêmicos, governadores e até um comediante. Os críticos argumentam que as listas de simpatizantes de Gulen foram feitas antes da tentativa de golpe.
Fonte: www.turkishminute.com