Vice-Premiê: Terrorismo acabará quando o referendo resultar em “sim”
O Vice Primeiro-Ministro da Turquia, Numan Kurtulmus, disse na terça-feira que assassinatos e atentados suicidas feitos por organizações terroristas podem continuar por enquanto, mas que acabariam quando as pessoas dissessem “sim” em um referendo que será feito em pouco tempo sobre emendas constitucionais que estabelecerão oficialmente uma presidência executiva na país.
Em resposta a uma pergunta sobre rumores de assassinatos e atentados suicidas na preparação para o referendo, que provavelmente deverá ser realizado na primavera, Kurtulmus contou à agência de notícias estatal Anadolu que organizações terroristas poderia criar um clima de medo em uma tentativa de evitar a aprovação das emendas constitucionais.
“Assassinatos, atentados suicidas e coisas do tipo poderiam continuar de agora em diante”, alertou Kurtulmus, a segunda autoridade mais alta no governo do Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP), e continuou dizendo que as organizações terroristas, encorajadas pelos poderes por detrás delas, tem o objetivo de evitarem uma Turquia forte.
“Se Deus quiser, uma vez que houver um resultado “sim” significante no referendo, as organizações terroristas serão completamente silenciadas”, disse Kurtulmus, sugerindo que com uma troca para uma presidência executiva as organizações terroristas perderiam sua motivação.
Em reação os comentários do vice primeiro-ministro sobre o terrorismo, Kemal Kilicdaroglu, o presidente do Partido Popular Republicano (CHP), que é a principal oposição, disse que isso foi uma confissão infeliz. “Se esse for o caso, este governo é a fonte dos atuais ataques terroristas”, contou Kilicdaroglu aos repórteres em Ancara.
O vice primeiro-ministro, que foi eleito sob um sistema parlamentar de governança, também recebeu a ideia de um partido governante liderado pelo presidente, que efetivamente deixaria aleijado o papel do Parlamento. Kurtulmus alegou que com as mudanças propostas, os embates entre o presidente e o primeiro-ministro seriam eleiminados.
“O estimado presidente [Recep Tayyip Erdogan] se tornaria o líder de nosso partido se ele assim desejar”, disse Kurtulmus na entrevista.
Na preparação para as eleições de 1º de novembro de 2015, o Presidente Erdogan havia exortado as pessoas a possibilitar ao AKP ter 400 deputados no Parlamento de 550 membros, um número grande o suficiente para realizar a transição para um sistema presidencial executivo para que assim a questão pudesse ser resolvida pacificamente.
Já que os assentos do AKP no Parlamento não são suficientes para mudar o sistema por conta própria, ele buscou apoio da oposição Partido do Movimento Nacionalista (MHP) para fazer as mudanças constitucionais.
O Parlamento na semana passada aprovou as emendas propostas. Contudo, a provação da população é requerida para a troca para que uma presidência executiva se torne efetiva.
Fonte: www.turkishminute.com