Comissão do Golpe não fará perguntas ao presidente, premiê e chefe de inteligência
Por a comissão parlamentar do golpe na Turquia, que está investigando a tentativa de golpe de 15 de julho, ter enviado perguntas por escrito apenas ao Chefe de Estado-Maior Hulusi Akar, acaba sendo que, na sexta-feira, nenhuma pergunta será feita ao Presidente Recep Tayyip Erdogan, ao Primeiro-Ministro Binali Yildirim e ao chefe da Organização da Inteligência Nacional (MIT) Hakan Fidan, apesar de seus papéis cruciais no governo.
A decisão veio depois de relatos durante a semana de que Erdogan e Yildirim receberão perguntas por escrito sobre como ficaram sabendo sobre o golpe e se eles fizeram algum contato com a MIT quanto a essa questão.
Na quarta-feira, perguntas por escrito da Comissão Parlamentar do Golpe foram enviadas para o Chefe de Estado-Maior Hulusi Akar depois que a comissão se negou a convidar o general a testemunhar sobre a tentativa fracassada de golpe em 15 de julho.
Depois que a notícia veio a público, o deputado Aykut Erdogdu do Partido Popular Republicano (CHP) escreveu no Twitter que apesar de ele ser um membro da comissão do golpe, ele ficou sabendo desse desenvolvimento a partir da mídia. Erdogdu argumentou que Akar não foi permitido testemunhar na comissão porque o Presidente Recep Tayyip Erdogan não lhe permitiu, temendo que as respostas seriam espontâneas.
Apesar de seu testemunho de suma importância sobre o pano de fundo que levou à tentativa de golpe, Akar não testemunhou ainda em nenhuma investigação. No começo de dezembro, Resat Petek, presidente da Comissão do Golpe impediu uma votação sobre uma petição para fazer o Subsecretário da Organização da Inteligência Nacional (MIT), Hakan Fidan, e o Chefe de Estado-Maior, o General Akar, testificarem na comissão.
Petek, um deputado do Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP), se recusou a responder a perguntas de membros da comissão que eram do CHP e do Partido do Movimento Nacionalista (MHP) quanto a se Fidan e Akar se apresentariam perante a comissão.
O deputado do CHP Erdogdu, que ficou bravo com a objeção de Petek à votação sobre a petição, disse: “Este é o golpe; se o golpe tivesse ocorrido, isto teria acontecido”.
Petek disse em uma declaração anterior que a comissão até agora tem sido incapaz de ouvir Akar sobre a tentativa de golpe porque ele estava ocupado comandando guerras em vários frontes.
Patek também destacou que a comissão precisa obter permissão do primeiro-ministro para ouvir o testemunho de Fidan, chefe da MIT, a respeito da tentativa de golpe, que ceifou as vidas de 240 pessoas e feriu outras mil.
A comissão em 24 de novembro também se recusou a ouvir o testemunho do supostamente golpista General Mehmet Disli, o irmão de um político do AKP sênior, devido a votos “não” dos membros da comissão que eram do AKP.
Erdogdu disse em 3 de dezembro que o AKP estava tentando obscurecer as realidades por detrás da tentativa fracassada de golpe pois a comissão está sendo impedida de fazer o seu trabalho por “mãos escondidas”.
Os membros da comissão que são do AKP também se recusaram a ouvir o testemunho de militares que bombardearam o prédio do parlamento em 15 de julho.
A comissão parlamentar estabelecida para investigar a tentativa de golpe fracassada em 15 de julho deve concluir seu trabalho assim que possível, contou o Presidente Erdogan à mídia em 12 de dezembro.
“Na verdade, não quero mais conversar sobre essa questão. A comissão do golpe fez o que se precisava fazer. Creio que seria certo para a comissão tomar rapidamente seus últimos passos, preparar um relatório final e finalizar a tarefa”, disse Erdogan em resposta a uma pergunta da mídia que queria saber sua opinião sobre os próximos passos da comissão.
Fonte: www.turkishminute.com