Grupo que engloba a al-Nusra supostamente reivindica responsabilidade pelo assassinato do embaixador russo
Jaish al-Fatah, uma organização guarda-chuva que engloba a Frente al-Nusra, que é ligada à al-Qaeda, supostamente reivindicou a responsabilidade pelo assassinato do embaixador russo Andrey Karlov, perpetrado por um policial turco em Ancara na noite de segunda-feira.
O grupo terrorista reivindicou responsabilidade através de uma carta que apareceu na Internet. A carta foi escrita em árabe e ainda tem que ser confirmada.
Em sua declaração, o grupo disse: “um dos heróis da Jaish al-Fatah, Mert Altintas, realizou a execução do embaixador russo Andrey Karlov em Ancara, pois o mundo permanece em silêncio para o que está ocorrendo em Alepo, nenhum apoio chega aos muçulmanos no Levante [um termo antigo que se refere aos países do leste do Mediterrâneo] para a vitória do povo sírio”.
Mevlut Mert Altintas, de vinte-e-dois anos de idade, matou Karlov a tiros enquanto o embaixador estava fazendo um discurso em uma galeria de arte. Reportagens da mídia turca disseram que Altintas entrou na galeria sem passar por uma verificação de segurança pois ele mostrou sua identificação de policial.
A Jaish al-Fatah escreveu o nome do assassino de Karlov em letras garrafais como “Mártir Mert Altintas”.
Sinalizando ataques similares no futuro, o grupo também disse que o assassinato do embaixador russo era o “primeiro ato de vingança” pelas mulheres, crianças e idosos mortos em Alepo e igualmente por todos os muçulmanos mortos no mundo todo.
Imediatamente após o assassinato do embaixador, autoridades do governo turco e círculos da mídia pró-governo apontaram para o movimento Gulen (Hizmet), que é baseado na fé, como o cérebro do ataque.
Órgãos da mídia pró-governo publicaram histórias sugerindo que Altintas frequentou um cursinho ligado a Gulen e que alguns de seus parentes trabalhavam em organizações ligadas a Gulen.
O governo turco tem travado uma guerra aberta contra o movimento desde que explodiu um escândalo de corrupção no final de 2013. A repressão do governo sobre o movimento alcançou novas alturas com a tentativa de golpe fracassada em 15 de julho pois o governo considerou o movimento responsável pela tentativa de golpe. O movimento nega veementemente ter qualquer papel no golpe frustrado.
O Ministro das Relações Exteriores Mevlut Cavusoglu até contou ao seu colega americano, John Kerry, em uma conversa por telefone em 19 de dezembro que tanto a Turquia quanto a Rússia “sabem” que o movimento Gulen estava por detrás do assassinato do embaixador.
Contudo, em uma declaração no começo da quarta-feira, o Kremlin disse que era cedo demais para se concluir quem estava por detrás do assassinato do embaixador russo em Ancara.
Enquanto isso, um dos conselheiros de Fethullah Gulen, um erudito turco-islâmico cujas ideias e opiniões inspiraram o movimento Gulen, negou veementemente as alegações de um agente de segurança turco de alto escalão anônimo que dizia haver “sinais muito fortes” de que o atirador que matou o embaixador pertencia ao movimento de Gulen.
As alegações do oficial de segurança turco de alto escalão anônimo são “ridículas” e têm a intenção de acobertar uma segurança frouxa, o conselheiro, Alp Aslandogan, contou à Reuters na segunda-feira.
Em outra declaração na segunda-feira, Gulen condenou o assassinato do embaixador da Rússia na Turquia com um “ato hediondo de terrorismo” e exortou o governo turco a identificar qualquer um que tenha ajudado o atirador.
Fonte: www.turkishminute.com