AKP teme que golpistas denunciem Erdogan por 15 de julho na comissão
Os deputados do Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP) estão tensos com o trabalho de uma comissão parlamentar, estabelecida para investigar uma tentativa de golpe fracassada em 15 de julho, e não querem que os golpistas testifiquem à comissão temendo que eles poderiam acusar o Presidente Recep Tayyip Erdogan de arquitetar a tentativa de golpe, de acordo com uma história no jornal Cumhuriyet no domingo.
A comissão de investigação do golpe, que inclui membros do AKP e também deputados da oposição, está sendo amplamente criticada por não convidar figuras que poderiam fornecer informações úteis que podem lançar luz sobre o incidente. A comissão de investigação da golpe nem sequer ouviu falar do chefe de estado maior que foi levado como refém pelos golpistas na noite do golpe e o chefe da Organização da Inteligência Nacional (MIT).
A comissão de investigação do golpe também recusou pedidos para ouvir militares que tramaram o golpe e que estão atualmente na cadeia.
O Cumhuriyet disse que os deputados do AKP estão desconfortáveis com as acusações de algumas pessoas que testificaram à comissão até agora que acusaram o AKP de não tomar as medidas necessárias para prevenir a tentativa de golpe.
“Eles [golpistas] poderiam dizer qualquer coisa para difamar. O que acontecerá se um deles disser: ‘recebemos a ordem para o golpe do presidente ou do primeiro-ministro?’” Os que estão vindo à comissão estão direcionando acusações contra a gente. Essa atmosfera [criada por isso] faz mal para o nosso partido”, disse o Cumhuriyet citando autoridades do AKP sem mencionar um nome.
A tentativa de golpe de 15 de julho ceifou as vidas de mais de 240 pessoas e feriu outras mil. Imediatamente após a tentativa de golpe, o governo juntamente ao Presidente Erdogan colocaram a culpa sobre o movimento Gulen.
Apesat de Fethullah Gulen, erudito islâmico turco cujas ideias e opiniões inspiraram o movimento, e o próprio movimento terem negado a acusação, Erdogan – chamando a tentativa de golpe de “um presente de Deus” – e o governo lançaram um amplo expurgo com o objetivo de limpar as simpatizantes do movimento de dentro das instituições estatais, desumanizando suas figuras populares e as colocando sob custódia.
Mais de 115.000 pessoas foram expurgadas de órgãos estatais, passando de 90.000 detidas e mais de 39.000 foram presas desde a tentativa de golpe.
Fonte: www.turkishminute.com