Premiê diz que estado de emergência deve ser suspenso antes de um possível referendo sobre sistema presidencial
O Primeiro-Ministro turco Binali Yildirim disse que seu governo abolirá um estado de emergência que entrou em vigor na Turquia logo após uma tentativa de golpe fracassada em 15 de julho, antes que um referendo possivelmente seja feito sobre a troca para uma presidência executiva.
Suas declarações foram publicadas em uma coluna assinada pelo jornalista Fatih Cekirge no diário Hurriyet na segunda-feira.
“No ocasião de irmos a um referendo [sobre a presidência executiva], certamente não permitiremos a ninguém dizer: ‘uma votação foi realizada sob um estado de emergência’ ou ‘um referendo foi realizado sob circunstâncias do estado de emergência’. Portanto, penso que o estado de emergência será suspenso antes de um referendo”, disse Yildirim.
Um estado de emergência foi declarado na Turquia em 21 de julho por três meses. Ele foi estendido por outros três meses em 19 de outubro e expirará oficialmente em 19 de janeiro de 2017. Contudo, o Presidente Recep Tayyip Erdogan e funcionários do governo dizem que o estado de emergência poderia ser estendido ainda mais.
Sob o estado de emergência, o governo avançou com muitos decretos controversos, que têm a força da lei e não requerem ser aprovados pelo Parlamento. Em linha com esses decretos, cerca de 115.000 pessoas foram expurgadas de órgãos estatais sob acusações de golpe.
O governo e Erdogan estão buscando introduzir uma presidência executiva na Turquia na qual Erdogan desfrutará de mais poderes executivos. Seu posto é maiormente cerimonial no momento, contudo, Erdogan tem atuado como um presidente executivo desde sua eleição ao posto estatal mais alto em agosto de 2014. Erdogan é um forte apoiador de uma troca para um sistema presidencial. No entanto, os críticos dizem que Erdogan quer uma presidência executiva a “estilo turco” sem pesos e contrapesos, uma que tenha o objetivo de criar um regime autocrático.
Fonte: www.turkishminute.com