Levante democrático ou monumento ao fascismo?
Turquia, 15 de julho de 2016: para alguns um marco único da democracia e uma vitória inexorável do poder popular, da vontade do povo, dos anseios da massa sob uma clara tentativa de obstrução militar do estado democrático; já para outros (muitos), momento decisivo para a consolidação do estado autocrático de Recep Tayyip Erdoğan; data memorável para a intensificação de perseguições políticas, torturas, violações sistemáticas dos direitos humanos, censura dos meios de informação, de descarte de todas as conquistas e vitórias da nação turca; episódio digno de esquecimento dos livros de história.
Depois de mais quatro meses do inédito episódio em solo turco, qual é o veredito, qual foi o resultado do contragolpe? A Turquia hoje mais se assemelha a qual visão de mundo? Qual versão é a mais aceita, qual foi esquecida e qual se sobrepôs? Qual é aquela que lemos nos jornais, vemos por nossas televisões, escutamos pela rádio – a oficial, “a verídica”, a inquestionável – e qual é aquela que é passada de ouvido em ouvido, de amigo para amigo, em encontros inesperados – o buchicho, a conversa de bar, aquilo que não deve ser levado em consideração?
Num mundo onde a maioria das notícias que recebemos de terras longínquas são reproduções fieis das grandes agências de notícias – BBC, Reuteurs, New York Times etc. – e essas são filtradas segundo linhas editoriais, ou seja interesses políticos econômicos da chefia de redações; quase todo conhecimento que possuímos de assuntos mais ao leste do mundo de comunidades sem muito contato diplomático com Brasil, nada mais são do que reafirmações de posições e visões das grandes potências mundiais, vozes que sempre estão em evidência.
Dessa forma, muitas vezes para entendermos o que, verdadeiramente, se passa em determinada sociedade é preciso, obrigatoriamente, ler o jornal local, ouvir o noticiário regional e conversar – se possível – com alguém daquela comunidade, caso contrário, estamos apenas reproduzindo o que apenas é disseminado como verdade e não o que, de fato, é a verdade em si.
Tendo tudo isso vista, trago aqui um ponto de vista diferente daquela da grande mídia brasileira sobre a tentativa de golpe de Estado na Turquia e da repercussão dessa data histórica para o país. Com vocês, “Turquia em Foco”, com Kamil Ergin – caso queira ver a outra reportagem que o Transeunte fez sobre o o ativista político, clique aqui -, jornalista e expatriado turco, desde o fatídico dia 15 de julho:
(Me perdoem pelo tamanho dos vídeos, há muito a ser dito e mais ainda a ser explicado)
Primeira parte:
Segunda parte:
Terceira Parte:
Quarta parte:
Quinta parte:
Último episódio (Ufa!):
Fonte: viandantesblog.wordpress.com