Expurgo de acadêmicos ‘a estilo nazista’ na Turquia condenado
‘Métodos da era nazista’ voltado para os acadêmicos são inaceitáveis, diz o ministro das relações exteriores de Luxemburgo
A demissão em massa de mais de 1.200 acadêmicos na Turquia foi comparada às táticas usadas na Alemanha nazista.
Jean Asselborn, o ministro das relações exteriores de Luxemburgo, fez seus comentários um pouco depois de as autoridades turcas terem publicado uma lista de 1.273 acadêmicos demitidos de universidades públicas em 29 de outubro.
Isso significa que mais de 110.000 funcionários públicos, acadêmicos e jornalistas já foram demitidos ou suspensos desde que um complô para destituir o presidente Recep Tayyip Erdogan falhou em julho.
Os que foram dispensados foram colocados em uma lista negra oficial, o que torna quase impossível para eles conseguirem algum emprego no futuro, enquanto que alguns tiveram seus passaportes revogados.
O Sr. Asselborn também acusou a Turquia de revogar as graduações de algumas pessoas, relatou o jornal alemão Deutsche Welle.
“Para dizer de forma grosseira, esses são métodos que foram usados durante a era Nazista e isso é algo bem, bem ruim … que a União Europeia simplesmente não pode aceitar”, disse o Sr. Asselborn.
A União Europeia pode ser forçada a impôr sanções econômicas se a repressão continuar, disse ele.
“Em um determinado momento, não teremos escolha alguma a não ser aplicar [sanções] para combater o insuportável quadro dos direitos humanos”, disse ele.
Seus comentários vem em seguida de um protesto de centenas de acadêmicos, estudantes e membros de sindicatos em Istambul em 4 de novembro por causa dos esforços do governo em arrancar um suposto apoio ao clérigo islâmico exilado, Fethullah Gulen, de sua administração pública.
Mais de 50.000 dos que foram suspensos, demitidos ou presos são de trabalhadores da educação, enquanto 37.000 foram presos para aguardar julgamento.
O presidente da Turquia também angariou maiores poderes ao nomear reitores de universidades no mês passado em uma ação que na prática “erradica a autonomia das universidades”, disseram os críticos.
Fonte: www.timeshighereducation.com