Advogado exorta monitoramento internacional em prisões turcas devido a alegações de rebelião falsa
O advogado Omer Turanli convocou organizações dos direitos humanos e comissões da União Europeia a monitorarem imediatamente os incidentes que estão ocorrendo nas prisões da Turquia enquanto expressava fortes preocupações com a segurança de seus clientes devido a alegações de uma rebelião falsa.
Em uma série de mensagens a partir de sua conta no Twitter no domingo, Turanli, que representa alguns ex policiais e delegados que foram presos no meio de 2014 por fazerem parte de uma investigação de corrupção massiva, escreveu: “Existem alegações concretas e sérias sobre uma reunião sendo feita para ordenar a abertura das portas [das celas] na [prisão] de Silivri e a execução dos presos. … Estou convocando as organizações dos direitos humanos e comissões relevantes da União Europeia a monitorarem imediatamente os incidentes ocorrendo nas prisões turcas”.
No domingo, Turanli anunciou através de sua conta na Twitter planos do governo turco para cometer assassinatos em massa de presos por supostas ou reais ligações com o movimento Gulen, que é baseado na fé, em uma rebelião falsa na Prisão de Silivri.
“De acordo com informações não confirmadas que meus clientes receberam de suas famílias, as autoridades vão abrir as portas [das celas] para que os prisioneiros escapem como se fosse uma fuga da prisão. E então os soldados vão receber ordens de atirar neles”, escreveu ele no domingo.
Em suas mensagens no domingo, Turanli reiterou suas preocupações com as vidas de seus clientes enquanto convocava os membros das famílias de todos os que estão presos em Silivri a entrarem em contato com seu entes queridos que estão presos. Ele também disse que se as portas das celas forem abertas, nenhum dos detentos deve sair.
Turanli também exortou as famílias a evitarem provocações e agirem de acordo com a lei.
De acordo com o advogado, reportagens recentes que que retrataram o esboço de um circuito de uma placa eletrônica como um mapa para a fuga da prisão de detentos que estão presos por legações reais ou supostas ao movimento Gulen nos órgãos de mídia pró-governo confirmam as alegações sobre planos do governo para o assassinato em massa de detentos.
“Trolls [pró-AKP no Twitter] já escreveram que times de execução foram montados nas prisões. Estou preocupado com as vidas dos meus clientes” escreveu Turanli.
Em setembro um troll pró-AKP chamado Ahmet Ustun (@ustunn_ahmet) convocou o governo a fazer planos para o massacre de todos os simpatizantes de Gulen que estejam atualmente atrás das grades.
“Não deve existir outros detentos nas prisões onde os membros da FETO estejam presos. Times especiais de execução devem ser deslocados para lá. A FETO e seus membros presos devem saber que apenas os corpos de membros da FETO que fizerem planos de fuga podem ser tirados da cadeia. As armas dos guardas das prisões devem ser tomadas, os membros da FETO incluindo militares, policiais, promotores e juízes devem ser coletados em uma ou duas prisões. As POH [unidades especiais de polícia] devem operar com a autoridade de matar 24 horas por dia, 7 dias por semana”, escreveu Ustun em uma série de tweets.
O governo, que acusa o movimento Gulen de arquitetar a tentativa de golpe de 15 de julho, cunhou o termo “FETO” para rotular o movimento como uma organização terrorista, e o termo é abundantemente usado por quase todos os órgãos de mídia na Turquia apesar da falta de qualquer sentença do tribunal que forneça a existência de uma organização assim.
Desde a tentativa de golpe, como parte de um massivo expurgo, a Turquia prendeu cerca de 37.000 pessoas por suas supostas ligações com o movimento Gulen baseando-se na culpa por associação apenas. Logo em seguida das prisões, a mídia pró-governo tem rodado histórias de possíveis revoltas nas prisões, apesar de um ato sequer de resistência contra as detenções ou prisões terem ocorrido. Tais histórias suscitam preocupações de assassinatos em massa de detentos em uma tentativa para exterminar os seguidores do movimento Gulen nas prisões como um passo final no expurgo massivo.
Fonte: www.turkishminute.com