Editor-chefe e colunista do Cumhuriyet detidos pela polícia, pedido de prisão emitido para Can Dundar
O Editor-Chefe secularista do jornal turco Cumhuriyet, Murat Sabuncu, e o colunista Guray Oz foram detidos depois que a polícia fez uma batida em suas residências na manhã de segunda-feira. Um mandado de prisão também foi emitido contra o antigo Editor-Chefe, Can Dundar.
A polícia fez uma batida nas casas de Sabuncu e Oz e também à casa do CEO Akin Atalay e do colunista Hikmet Cetinkaya na manhã de segunda-feira sob a ordem de um tribunal de Istambul que emitiu mandados de prisão contra 13 pessoas, incluindo jornalistas, colunistas e executivos do Cumhuriyet.
De acordo com o jornal pró-governo Sabah, um tribunal de Istambul emitiu mandados de prisão para 13 jornalistas do jornal Cumhuriyet por acusações de ajudarem o terrorista Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) e a FETO.
FETO é um termo derrogatório e um acrônimo de Organização Terrorista de Fethullah Gulen, cunhado pelo Presidente Recep Tayyip Erdogan e o governo do Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP) para se referirem ao movimento Gulen. Erdogan e o AKP acusam seu inspirador, o erudito turco islâmico radicado nos EUA Fethullah Gulen, de ter arquitetado a tentativa de golpe falhada em 15 de julho.
O Sabah disse que 13 mandados de prisão foram emitidos contra os suspeitos de 15 como parte da investigação.
A polícia também fez buscas nas casas dos executivos da Fundação Cumhuriyet, Turan Gunay e Bulent Utku, relatou o jornal Hurriyet.
O jornal pró-governo Yeni Safak disse em seu site que estavam sendo investigados por supostas ligações a Gulen.
Um mandado de prisão também foi emitido para o CEO do jornal Cumhuriyet, Atalay, e o antigo Editor-Chefe Can Dundar que deixou a Turquia antes de julho. De acordo com o Sabah, os mandados de prisão de Atalay e Dundar haviam sido emitidos na época em que fugiram da Turquia.
O antigo Editor-Chefe do Cumhuriyet, Can Dundar, foi sentenciado a seis anos por publicar segredos de estado envolvendo as operações de Ancara na Síria. Sua condenação desencadeou censuras de grupos defensores dos direitos e de governos ocidentais preocupados com a piora dos direitos humanos na Turquia do Presidente Recep Tayyip Erdogan.
As operações da polícia contra os editores, colunistas e executivos do Cumhuriyet vieram depois que a Turquia dispensou no sábado mais 10.000 servidores públicos e ter fechado mais 15 órgãos de mídia por suspeita de ligações com grupos militantes e Gulen. Mais de 100.000 pessoas já haviam sido demitidas ou suspensas e quase 75.000 detidas e 37.000 presas desde a tentativa de golpe fracassada em uma repressão sem precedentes que Erdogan diz ser crucial para limpar a rede de Gulen do aparato estatal.
Fonte: www.turkishminute.com