E-mails vazados de ministro mostram que a família Erdogan conspirou nas eleições americanas
O trafico de e-mails do Ministro das Energias da Turquia e o genro do Presidente Recep Tayyip Erdogan, Berat Albayrak, demonstra que ele juntamente ao filho de Erdogan, Bilal, conspiraram para interferir nas eleições do Congresso americano.
A conta de e-mail de Albayrak foi hackeada por RedHack, um grupo de hackers de computador marxista-leninista-maoista turco na sexta-feira e o grupo ameaçou divulgar 20 GB de informações secretas se o governo turco não soltar Alp Altinors, vice-presidente do Partido Democrático Popular (HDP), pró-curdo, e a novelista e jornalista ganhadora de prêmios, Asli Erdogan, na segunda-feira.
De acordo com e-mails que foram vazados no Twitter na segunda-feira por várias contas apesar de o governo ter bloqueado as contas no Twitter do Redhack no domingo, Bilal Erdogan enviou um e-mail para Albayrak que aconselha uma estratégia para os lobistas pró-governo nos EUA a atacar parlamentares americanos que fizeram viagens à Turquia levados por simpatizantes do movimento Gulen nos EUA.
Inspirado pelos pontos de vista do erudito islâmico turco radicado nos EUA, Fethullah Gulen, o movimento Gulen, conhecido popularmente com o Movimento Hizmet na Turquia, é acusado pelo governo do Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP), turco, e pelo Presidente Erdogan de tramar um infame escândalo de corrupção em dezembro de 2013 e uma tentativa de golpe fracassada na Turquia em 15 de julho de 2016.
Em seu e-mail para Albayrak datado de 5 de agosto, Bilal Erdogan diz: “É uma boa ideia. Vamos fazer isso assim que possível”, em um e-mail encaminhado em inglês que sugere convocar os oponentes dos parlamentares se candidatando a um cargo que foram acompanhados à Turquia por simpatizantes de Gulen. Ele também sugere enviar informações a seus oponentes, no modelo: “Você sabia que o Parlamentar XYZ fez uma viagem com todos os gastos pagos à Turquia, patrocinada por este homem … procurado na Turquia por terrorismo?” O e-mail também sugere adicionar um vídeo em que Gulen desmaia e os seguidores choram durante o sermão.
A estratégia de ataque contra os parlamentares americanos foi desenvolvida por Halil Danismaz, chefe da Organização da Herança Turca que fica em Washington DC, aprovada por Bilal e confirmada por Berat, de acordo com os vazamentos.
Apesar do fato que Gulen e o movimento terem negado a acusação e clamado por uma investigação internacional, Erdogan – chamando o golpe de “um presente de Deus” – e o governo lançaram um amplo expurgo com o objetivo de arrancar os simpatizantes do movimento das instituições estatais, desumanizando suas figuras populares e colocando elas sob custódia.
Como parte do lobby contra o movimento Gulen nos EUA, um homem chamado Ihsan Aktas alegou que conseguiria fazer um lobista marcar uma reunião para Erdogan com o time de campanha de Hillary Clinton, a candidata à presidência Democrática. Aktas disse que Bulent Yavuz da SiVa CleanTech L.L.C., poderia marcar esse tipo de reunião. O genro de Erdogan pediu a seu homem nos EUA que investigasse ele.
“Não existe chance de melhorar a imagem da Turquia enquanto Obama estiver no poder”
Um dos consultores-chefe do Presidente Erdogan, o jornalista Ilnur Cevik, enviou para Berat um e-mail em março de 2016 que incluía listas de grupos de oposição em Washington, D.C., para ajudar o lobby por Erdogan. Cevik também exorta uma ação para além da Casa Branca. “Não existe chance de melhorar a imagem do governo turco enquanto Barack Obama estiver no poder como presidente dos Estados Unidos”, acrescenta Cevik.
Os e-mails vazados de Berat Albayrak também expõem como o exército de trolls pró-Erdogan nas mídias sociais foi montado, financiado e coordenado. De acordo com um dos e-mails de Albayrak, um centro de operações especiais foi montado nos EUA para trolar críticos e oponentes do governo. O remetente pede a Albayrak por um financiamento anual na quantia de US$209.000.
Fonte: www.turkishminute.com