“Não tolerem colegas que simpatizem com Gulen, PKK”, fala premiê aos professores
O Primeiro-Ministro Binali Yildirim na segunda-feira convocou os professores no país a não demonstrarem tolerância aos seus colegas que sejam simpatizantes do movimento Gulen, que é baseado na fé, ou Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), que é terrorista, e a não permitir que continuem exercendo seus trabalhos.
“Queridos professores, eu tenho um importante pedido a vocês: Nunca mostrem qualquer tolerância aos movimentos pró-FETO e separatista e aos seus colegas que servem a eles. Não permitam que estejam entre vocês”, disse Yildirim em uma cerimônia na província de Erzincan, que fica ao leste da Turquia, marcando o início de um novo ano letivo.
FETO (Organização Terrorista Fethullah) é um acrônimo que o governo turco tem usado para se referir ao movimento Gulen, inspirado pelas ideias do erudito islâmico turco radicado nos EUA, Fethullah Gulen, apesar da falta de uma decisão judicial que prove alguma atividade terrorista da parte do movimento.
O chamado de Yildirim vem em um momento em que milhares de professores foram suspensos ou dispensados de seus cargos como parte de uma contínua caça às bruxas contra o movimento Gulen sob o estado de emergência declarado logo após a tentativa de golpe fracassada em 15 de julho. A Turquia também suspendeu mas de 10.000 professores de seus cargos devido às suas supostas ligações com o PKK.
O governo do Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP) da Turquia, que lançou uma guerra contra o movimento Gulen logo após a eclosão de um escândalo de corrupção no final de 2013, em que membros importantes do governo foram envolvidos, levou sua contínua repressão sobre o movimento e seus simpatizantes a um novo patamar após a tentativa de golpe fracassada em 15 de julho que matou 240 pessoas e feriu outras milhares.
Apesar de o movimento negar fortemente ter qualquer papel na investigação de corrupção e na tentativa de golpe, o governo acusa ele de ter arquitetado e comandado os dois, apesar da falta de qualquer evidência tangível.
O erudito islâmico turco Gulen pediu por uma investigação internacional sobre a tentativa de golpe, mas o Presidente Recep Tayyip Erdogan – chamando a tentativa de golpe de “um presente de Deus” – e o governo iniciaram um amplo expurgo com a intenção de limpar os simpatizantes do movimento do interior das instituições estatais, desumanizando suas figuras populares e colocando elas sob custódia.
O começo de um novo ano letivo na segunda-feira para 18 milhões de estudantes e 900.000 professores foi ofuscado pelo continuado expurgo de educadores.
Os sindicatos da educação pediram às autoridades que prorrogassem o começo do novo ano letivo devido ao baixo número de professores.
Espera-se que quase 1 milhão de estudantes sejam afetados pelo expurgo pois tiveram seus professores suspensos ou demitidos de seus cargos pelo governo, Veli Demir, o chefe do sindicato Egitim-Is, disse na sexta-feira.
Cerca de 50.000 professores foram dispensados ou suspensos pelo governo de seus cargos devido às suas supostas ligações com o movimento Gulen.
Enquanto isso, cerimônias nas escolas na segunda-feira foram dedicadas à comemoração da “Vitória da Democracia e Mártires de 15 de julho” de acordo com uma ordem do Ministério da Educação.
Fonte: www.turkishminute.com