” Movimento Gulen não é organização terrorista “
O congressista David Scott, representando o 13º distrito congressional da Geórgia, disse que o movimento Gulen não pode e não deve ser designado como uma “ organização terrorista ” enquanto expressava suas preocupações sobre o fato de o Presidente Recep Tayyip Erdogan da Turquia ter incluído o movimento na lista de “organizações terroristas turcas”.
“Uso questionável de leis antiterrorismo para molestar instituições financeiras, empresas e acadêmicos associados com a oposição política, tal como o movimento Gulen, suscita preocupações quanto ao continuado comprometimento da Turquia aos princípios democráticos. Em uma república robusta, organizações cívicas como o movimento Gulen não podem e não devem ser designadas como organizações terroristas sem evidência, em nome da conveniência política”, disse Scott, de acordo com os Registro Congressional de 9 de junho de 2016, intitulado “Preocupações acerca da Sociedade Civil Turca”.
Enfatizando que a Turquia lamentavelmente embarcou em uma problemática direção sob sua atual liderança, Scott adicionou: “Uma vez considerada o radiante exemplo de uma democracia vibrante, com o potencial para mediar entre o Oriente Médio e o Ocidente, repressões sobre a sociedade civil sob o Presidente Erdogan forçaram muitos de nós a reexaminar a natureza da parceria de nossos países. Políticas repressivas contra a oposição política, jornalistas e defensores dos direitos das mulheres constituem apenas algumas dessas preocupações”.
Rebecca Harms – copresidente dos Verdes no Parlamento Europeu (PE) –, Maja Kocijancic – Porta-voz da Política de Segurança e Relações Exteriores da União Europeia –, Syed Kamall – representante do Reino Unido no Grupo dos Conservadores e Reformistas Europeus (ECR) no Parlamento Europeu (PE) – e o Porta-Voz dos Estados Unidos (USA) John Kirby também deixaram claro que não consideram o movimento social Gulen uma “ organização terrorista ” e apresentaram preocupações quanto aos esforços politicamente motivados de Erdogan para enquadrar o movimento como terrorista.
Desde que um enorme escândalo de corrupção que envolveu os então ministros do Gabinete entrou em erupção em 17 de dezembro de 2013, Erdogan e o governo do partido AKP alegaram que a investigação de corrupção foi uma “tentativa de golpe” contra seu governo e acusaram o movimento Gulen de estar por detrás disso tudo. Os filhos de ministros, empresários bem conhecidos, um prefeito distrital, um diretor de um banco estatal, e muitas figuras de alto escalão, que foram presas como parte da investigação, foram soltos e os promotores que iniciaram o caso posteriormente foram presos como resultado de interferência política. Contudo, quatro ministros do Gabinete foram forçados a renunciar.
O importante caso de corrupção foi fechado por outros promotores que os substituíram, com todas as acusações contra políticos e empresários sendo retiradas. Uma investigação parlamentar contra quatro ministros também foi retirada com votos do partido AKP. A investigação de corrupção tinha envolvido o então Primeiro-Ministro Erdogan, membros de sua família e figuras importantes do Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP).
Erdogan se refere ao movimento como “ Organização Terrorista Fethullahista ”, que é usado pelo judiciário apoiado pelo governo para enquadrar simpatizantes do movimento Gulen. Erdogan também criou o termo “estado paralelo” depois de dezembro de 2013 para se referir a pessoas que tidas como inspiradas pelas ideias de Fethullah Gulen, especialmente àqueles dentro da burocracia do estado.
Logo após do escândalo de corrupção e propina de 17 de dezembro, Erdogan e o governo lançaram uma caça-às-bruxas contra o movimento Gulen e seus simpatizantes. Erdogan pessoalmente declarou que colocariam em ação uma “caça-às-bruxas” contra qualquer um com ligações ao movimento. Milhares de promotores, juízes e delegados foram transferidos, dispensados ou presos ou por participarem na investigação corrupção ou baseados em alegações de terem ligações ao movimento. Também ocorreram muitas operações policiais direcionadas a lojistas, professores, membros do judiciário, jornalistas e policiais que são acusados de estarem afiliados ao movimento Gulen, também conhecido como o movimento Hizmet.
O movimento Gulen fortemente rejeita as alegações postas contra ele. Não existe, igualmente, decisão judicial que declare o movimento como um “grupo terrorista”
Fonte: www.turkishminute.com