Voz da Turquia

 Últimas Notícias
  • Empresa de defesa turca Repkon vai estabelecer fábrica de munição de artilharia no Paquistão A empresa de defesa turca Repkon assinou nesta quinta-feira um acordo com a Wah Industries Limited (WIL), do Paquistão, para desenvolver uma linha de produção e preenchimento para corpos de projéteis de artilharia de 155 mm, com uma capacidade anual de 120.000 unidades, informou a agência estatal Anadolu....
  • Autoridades turcas investigam Mastercard e Visa por supostas práticas anticompetitivas O Conselho de Concorrência da Turquia anunciou na segunda-feira o início de uma investigação sobre as gigantes globais de pagamentos Mastercard e Visa em meio a acusações de práticas anticompetitivas no país, informou a agência estatal Anadolu.  ...
  • Lula se reúne com Erdogan, Meloni e outros nove líderes neste domingo A véspera do início da Cúpula de Líderes do G20, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) terá neste domingo (17) onze reuniões bilaterais, entre elas com expoentes para a direita brasileira como o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, e a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni....
  • BRICS ofereceu status de país parceiro à Turquia, diz ministro do comércio turco O grupo BRICS ofereceu à Turquia o status de país parceiro, informou o ministro do Comércio, Omer Bolat, enquanto Ancara continua o que chama de esforços para equilibrar seus laços com o Oriente e o Ocidente.  ...
  • Liberdade de imprensa na Turquia se deteriora ainda mais em 2024, aponta relatório No terceiro trimestre de 2024, a Turquia sofreu um recrudescimento das restrições à liberdade de imprensa e de expressão, como evidenciado num relatório da Agenda para a Liberdade de Expressão e Imprensa. Jornalistas enfrentaram aumento de processos legais, detenções e investigações, juntamente com ameaças de morte e ataques físicos. As autoridades censuraram conteúdo online, impuseram limitações de acesso a plataformas como o Instagram e aplicaram sanções regulatórias a órgãos de comunicação social. Estas tendências reflectem um padrão mais amplo de repressão do governo sobre o discurso crítico e a independência dos meios de comunicação social, confirmando as recentes descobertas da Freedom House que classificam a Turquia como tendo a menor liberdade online na Europa....
  • CEDH ordena à Turquia pagar indenizações às vítimas dos expurgos pós-golpe A CEDH condenou a Turquia a pagar 2,34 milhões de euros em indenizações a 468 indivíduos detidos ilegalmente após a tentativa de golpe de 2016, elevando o total devido em casos similares para 10,76 milhões de euros. As detenções, baseadas em acusações de afiliação ao movimento Hizmet (inspirado por Fethullah Gülen e rotulado como terrorista pelo governo de Erdoğan), foram consideradas ilegais devido à falta de "suspeita razoável", violando o Artigo 5 § 1 da CEDH. A CEDH criticou o uso de evidências frágeis, como o uso do aplicativo ByLock, contas no Banco Asya e posse de notas de um dólar específicas, para justificar as prisões. A decisão insere-se num contexto mais amplo de repressão pós-golpe na Turquia, com mais de 130.000 funcionários públicos demitidos e uma queda significativa no índice de Estado de Direito do país, refletindo a preocupação internacional com as violações de direitos humanos e a deterioração da democracia turca....
  • Jornalistas estão entre dezenas de detidos durante protestos devido à remoção de prefeitos curdos Durante o segundo dia de manifestações, desencadeadas pela destituição de três prefeitos curdos no sudeste da Turquia, uma região de maioria curda, a polícia deteve várias pessoas, entre elas dois jornalistas....
  • Na Ásia Central, Erdoğan pede laços mais fortes com estados turcos Na última quarta-feira, o presidente turco Recep Tayyip Erdoğan defendeu o estreitamento das relações com os estados turcos pós-soviéticos durante uma cúpula na Ásia Central. A iniciativa ocorre em um momento em que Ancara busca ampliar sua influência na região, em meio à concorrência com a Rússia e a China, conforme reportado pela Agence France-Presse....
  • Turquia: Proposta de lei de ‘agentes de influência’ é um ataque à sociedade civil e deve ser rejeitada Mais de 80 organizações apelaram ao parlamento turco para rejeitar a emenda proposta à legislação de espionagem do país. Se aprovada, a emenda poderia comprometer gravemente a liberdade de operação das organizações da sociedade civil na Turquia. A votação no parlamento está iminente, e várias outras entidades emitiram declarações análogas, instando os legisladores a descartarem a medida....
  • Relação EUA-Turquia dificilmente será revitalizada com eleição americana Especialistas indicam que o desfecho da acirrada eleição presidencial dos EUA na terça-feira deve ter um impacto limitado nas já tênues relações entre Washington e Ancara, embora a interação entre os presidentes possa ser um fator de influência....

Silêncio da UE sobre Turquia vai contra seus valores

Silêncio da UE sobre Turquia vai contra seus valores
abril 13
10:41 2016

O silêncio da União Europeia (UE) em relação aos abusos do governo da Turquia contra liberdade de imprensa se opõe aos valores fundamentais da criação do bloco.

Esse é o protesto de Hidayet Karaca, 52, diretor-executivo da TV turca Samanyolu, uma das maiores do país. Ele está preso há um ano e três meses, acusado de fazer parte de uma “organização terrorista que tenta derrubar a ordem constitucional”.

Yves Herman – 7.mar.2016/Reuters
Manifestantes curdos levam cartaz do presidente Recep Tayyip Erdogan em protesto em Bruxelas
Manifestantes curdos levam cartaz do presidente Recep Tayyip Erdogan em protesto em Bruxelas

O motivo da prisão foi uma novela veiculada cinco anos antes. Em um dos capítulos, uma organização islâmica aliada do presidente Recep Tayyip Erdogan era retratada como facção terrorista.

O Comitê de Proteção de Jornalistas chamou a prisão de “vingança política”. A Human Rights Watch afirmou que o governo turco está “deixando jornalistas presos sob acusações dúbias de terrorismo, sem justificativas claras”.

Karaca respondeu às perguntas enviadas pela Folha e entregues por seu advogado, Fikret Duran. Ele escreveu as respostas à mão, de dentro da prisão de segurança máxima Silivri, onde há outros jornalistas presos.

A TV Samanyolu é ligada ao líder religioso Fethullah Gülen, acusado por Erdogan de estabelecer um “governo paralelo” no país através de seus seguidores na polícia e no Judiciário. Gülen nega qualquer intenção de derrubar o governo turco.

Folha – Há 32 jornalistas atualmente na prisão na Turquia e o país é o 154º no ranking de liberdade de imprensa dos Repórteres sem Fronteiras. O que está acontecendo?

Hidayet Karaca – Em dezembro de 2013, ocorreram operações contra corrupção que envolviam quatro ministros e seus filhos.

Depois disso, o AKP [partido do presidente Erdogan] aumentou a pressão sobre a imprensa crítica. Gravações revelaram também que o AKP dominava uma boa parte da mídia com dinheiro das licitações de grandes obras.

O governo nomeou interventores para administrar as empresas da mídia independente. Prendeu os dirigentes que não lhe obedeciam cegamente, e eu sou um deles.

O grupo Ipek, com dois jornais e dois canais de TV, foi tomado pelo governo e depois faliu. Recentemente, o maior jornal turco, “Zaman”, foi tomado pelo governo.

Por todas essas razões, infelizmente, a liberdade de imprensa na Turquia está numa situação complicada. Há uma “caça às bruxas” contra todos que criticam o governo.

Como é sua vida na prisão?

Aqui na prisão, eu leio os jornais logo após o café da manhã. Reservo algumas horas para ler e cumprir minhas obrigações religiosas. Gasto um tempo para fazer minhas anotações e trabalhar sobre meu processo judicial.

A Justiça cita um capítulo de uma novela da TV Samanyolu como razão para sua prisão…

Para entender melhor minha prisão, devem ser consideradas as operações de 2013. O governo afirmou que essas operações foram uma “tentativa de golpe”. O objetivo era criar um inimigo interno e tentar, de todas as formas possíveis, se livrar das acusações legais contra eles.

O grupo que eu dirigia fazia cobertura completa dessas operações. Como consequência, começou a sofrer perseguição. E uma novela do grupo foi apresentada como a razão para me prender.

Na acusação, dizem que, naquela novela, que é ficção, a fala de um ator era uma mensagem para a polícia. E que, a partir dessa mensagem, houve uma operação contra um grupo islâmico.

O senhor acha que a União Europeia deveria condenar de forma mais veemente as prisões de jornalistas e fechamento de jornais na Turquia?

A falta de posicionamento mais enérgico da UE vai contra os valores fundamentais da sua criação. Por causa da candidatura da Turquia a se integrar à UE, as cobranças deveriam ser mais rigorosas.

Can Dündar, editor-chefe do jornal “Cumhuriyet”, foi acusado de espionagem e condenado a prisão perpétua e mais 30 anos. Ele foi libertado por uma decisão da Suprema Corte. Erdogan declarou que não vai respeitar a decisão e os jornalistas serão julgados novamente, e podem ser presos. Como o senhor vê isso?

A posição do presidente é anticonstitucional e está errada, e mostra que os problemas na Turquia vão continuar.

A jornalista viajou a convite do Centro Cultural Brasil-Turquia, ligado à oposição.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/

Related Articles

Mailer