Turquia condenou 58 jornalistas à prisão e prendeu 26 em 2024,diz relatório
As autoridades turcas condenaram 58 jornalistas a um total de 135 anos de prisão, detiveram 112 e prenderam 26 em 2024, de acordo com um relatório divulgado por um parlamentar da oposição, informou o site de notícias Artı Gerçek na quinta-feira.
Zeynep Oduncu Kutevi, membro do pró-curdo Partido da Igualdade e Democracia do Povo (Partido DEM), apresentou os resultados em um relatório intitulado “Boletim da Liberdade de Imprensa 2024: A Anatomia de Silenciar a Verdade”. O relatório acusa o Partido da Justiça e Desenvolvimento, do presidente Recep Tayyip Erdoğan, de intensificar os esforços para sufocar o jornalismo independente e suprimir a dissidência.
“Esses não são apenas números — eles refletem vidas interrompidas, vozes silenciadas e uma sociedade privada de seu direito de conhecer a verdade”, disse Kutevi durante uma coletiva de imprensa. Ela acusou o presidente Erdoğan de instrumentalizar o sistema legal para intimidar jornalistas e controlar as narrativas públicas.
O relatório também documentou 60 investigações iniciadas contra jornalistas, 33 novos processos judiciais e a acusação de 872 trabalhadores da mídia. Penalidades financeiras totalizando 261.820 liras turcas (US$ 7.413) foram impostas a jornalistas, além de 240 incidentes documentados de ameaças, ataques ou obstrução.
“Silenciar jornalistas significa silenciar a sociedade”, disse Kutevi. “Isso deixa o público desinformado e injustiças sem contestação. A mensagem do governo é clara — apenas a sua versão da verdade importa.”
Apelando por reformas para proteger os jornalistas e restaurar a independência da mídia, Kutevi prometeu o compromisso de seu partido em defender a liberdade de imprensa. Ela disse que a democracia não pode sobreviver sem vozes críticas e transparência, acrescentando que a luta pela liberdade de imprensa é essencial não apenas para os jornalistas, mas para o direito do público à informação.
A Turquia, que se tornou a maior prisão do mundo para jornalistas em 2018, durante um estado de emergência imposto após uma tentativa de golpe, foi classificada em 158º lugar entre 180 países no Índice Mundial de Liberdade de Imprensa de 2024, publicado pela Repórteres Sem Fronteiras.
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