Ankara e Baku acusados de ‘cumplicidade em genocídio’ por fornecerem 40% das importações de petróleo bruto de Israel
Ativistas pró-Palestina invadiram na sexta-feira o escritório em Istambul da empresa de energia do Azerbaijão, SOCAR, acusando a empresa estatal, bem como o governo turco, de “alimentar o genocídio de Israel na Palestina” através do oleoduto Baku-Tbilisi-Ceyhan (BTC), que fornece cerca de 40 por cento do consumo anual de petróleo bruto de Israel.
Os manifestantes, principalmente membros do grupo “Mil Jovens pela Palestina”, cobriram o prédio com tinta vermelha para simbolizar sangue.
“FİLİSTİN İÇİN BİN GENÇ” OLUŞUMU AZERBAYCAN PETROL ŞİRKETİ SOCCAR’IN ISTANBUL OFİSİ ÖNÜNDE EYLEM YAPTI. KIRMIZI RENKTE BOYALARLA SOCCAR’IN GİRİŞİNDE “KATİL” YAZIYOR. PİC.TWİTTER.COM/RCRMV3VRQK
— ONUR ÖNCÜ (@OENCUEONUR) 31 de maio de 2024
O grupo anunciou seu protesto nas redes sociais, afirmando: “Enquanto Israel comete genocídio na Palestina há nove meses, Azerbaijão e Turquia são cúmplices ao transportar milhões de barris de petróleo para alimentar esse genocídio. Continuaremos a expressar nosso protesto e não permitiremos que esse comércio sangrento continue.”
REFAHI BOMBALAYAN JETLERİN PETROLÜNÜ SAĞLAYAN SOCARDAN FİLİSTİN HALKI ADINA HESAP SORMAYA GELDİK! 🇵🇸 İNTİFADA SESİNİ BU TOPRAKLARA TAŞIYACAĞIZ DEMİŞTİK, SÖZÜMÜZÜ TUTTUK ✌🏾 PİC.TWİTTER.COM/QCWPLNZ2LT
— FILISTIN İÇIN BIN GENÇ (@FILISTINICINBIN) 31 de maio de 2024
A SOCAR, uma empresa estatal, tem sido alvo de escrutínio por seu envolvimento no oleoduto BTC, que transporta petróleo bruto do Azerbaijão através da Turquia até o porto mediterrâneo de Ceyhan. De lá, o petróleo é enviado para vários destinos, incluindo Israel.
O jornalista investigativo Metin Cihan destacou que o oleoduto BTC, operado pela British Petroleum (BP), fornece cerca de 40 por cento do consumo anual de petróleo bruto de Israel. Cihan criticou os termos do acordo BTC, que obriga a Turquia a manter o fluxo de petróleo mesmo durante conflitos, priorizando o comércio de petróleo sobre os direitos humanos e a soberania nacional.
THE FUEL FOR THE JETS STRIKING GAZA IS SUPPLIED BY AZERBAIJAN AND TRANSPORTED BY TURKEY TO ZIONIST ENTITY. PIC.TWITTER.COM/IDBVL5WTNP
— FILISTIN İÇIN BIN GENÇ (@FILISTINICINBIN) 1º de junho de 2024
Os manifestantes também pediram aos trabalhadores do porto de Ceyhan que fizessem greve e interrompessem o embarque de barris de petróleo destinados ao que descrevem como “um regime genocida.”
Apesar da condenação pública da Turquia às ações militares de Israel em Gaza e a recente suspensão do comércio bilateral, o oleoduto BTC continua a operar. Os acordos vinculativos de 1999 exigem sua operação independentemente dos desenvolvimentos regionais.
Especialistas e grupos de direitos humanos criticaram os acordos como “colonialistas” por conceder privilégios à BP e impor obrigações aos estados signatários, obrigando-os a renunciar a parte de sua soberania para garantir a operação do oleoduto.
A contínua crise humanitária em Gaza intensificou o escrutínio sobre as práticas comerciais da Turquia com Israel. O governo do presidente Recep Tayyip Erdoğan recentemente restringiu as exportações para Israel, mas as revelações de comércio contínuo provocaram críticas e levantaram questões sobre o apoio da Turquia a Israel.
A campanha militar de Israel em Gaza, que começou em 7 de outubro após um ataque sem precedentes do Hamas, resultou em significativas baixas e devastação. A Turquia, uma crítica vocal das ações de Israel, acusou o governo israelense de cometer crimes de guerra e genocídio em Gaza.